O pré-diabetes, como o próprio nome sugere, é uma fase intermediária entre a saúde e o desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Embora ainda não seja diabetes, representa um estado de risco elevado, exigindo atenção imediata, pois existe a probabilidade significativa de evoluir para a doença crônica sem cura.
Pré-diabetes e diabetes tipo 2
O pré-diabetes, também conhecido como estado de intolerância à glicose, compartilha a mesma alteração metabólica que leva ao diabetes tipo 2: níveis de glicose no sangue superiores ao normal. No entanto, uma linha tênue separa as duas condições. No pré-diabetes, as taxas de açúcar no sangue ainda não atingiram o limiar para o diagnóstico de diabetes.
Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 40 milhões de brasileiros estão atualmente em estado de pré-diabetes. Dentre esse grupo, aproximadamente 25% desenvolverão diabetes nos próximos três a cinco anos. Cada caso é único, alguns conseguindo reverter a condição, enquanto outros permanecem indefinidamente no estado de pré-diabetes ou evoluem para o diabetes.
A atenção a suspeitas e diagnósticos de pré-diabetes é crucial, pois além do risco de progredir para o diabetes tipo 2, há a ameaça de complicações cardíacas e outras condições médicas graves.
Detectando o pré-diabetes
O pré-diabetes pode ser detectado por meio de exames de sangue que avaliam os níveis de glicose no plasma. Três principais testes e seus respectivos valores de referência confirmam o diagnóstico de intolerância à glicose:
1. Glicose sérica em jejum (glicemia em jejum): entre 100 mg/dL e 125 mg/dL;
2. Hemoglobina glicada (HbA1c): entre 5,7% e 6,4%;
3. Curva glicêmica (teste oral de tolerância à glicose - TOTG): taxa em jejum entre 100 e 125 mg/dL e, após 2h de sobrecarga de 75g de glicose oral, entre 140 mg/dL e 199 mg/dL.
Fatores de risco
O número de casos de intolerância à glicose tem crescido, associado a estilos de vida sedentários, dietas desregradas e outros fatores. Pessoas com antecedentes familiares, mais de 45 anos, hábitos sedentários, tabagismo, hipertensão, sobrepeso, entre outros, estão em maior risco.
No entanto, mesmo sem esses fatores, a possibilidade da enfermidade existe, destacando a importância de exames específicos para o diagnóstico precoce e a adoção de um estilo de vida saudável.
Sintomas silenciosos
Apesar de o pré-diabetes muitas vezes preceder o diabetes tipo 2, o corpo nem sempre dá sinais claros antes da doença se estabelecer.
Mesmo sendo frequentemente assintomático, o pré-diabetes está associado a complicações crônicas, como retinopatia, neuropatia e nefropatia. Cerca de 1 em cada 10 pessoas com pré-diabetes apresentam sinais iniciais dessas complicações.
Tratamento
Embora a progressão do pré-diabetes para o diabetes tipo 2 seja uma ameaça, aproximadamente 2/3 dos pacientes conseguem reverter a intolerância à glicose com medidas preventivas.
Práticas como exercícios regulares, perda de peso, moderação no consumo de álcool, não fumar e uma dieta balanceada mostraram-se eficazes. Essas medidas, no entanto, não substituem a necessidade de acompanhamento médico, que inclui reavaliação anual para um rastreamento eficiente na prevenção do diabetes.
Fonte: Quem Vê Diabetes Vê Coração