Um dia após confirmar a ocorrência do fenômeno da maré vermelha, na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgam, nesta sexta-feira (23), uma nota conjunta para reforçar orientações à população.
No comunicado, na véspera do fim de semana, ocasião em que banhistas aproveitam o sol para ir à praia, o governo de Pernambuco intensifica as orientações para que se "evite o banho de mar em locais com água de coloração e odor diferentes. Em casos de sintomas, a população deve procurar uma unidade de saúde".
O fenômeno da maré vermelha ocorreu, no início deste mês, no município de Tamandaré, no Litoral Sul do Estado, e levou centenas de pessoas a emergências de saúde. Elas apresentaram sintomas como cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, na garganta e nas narinas, assim como manifestações na pele, com contato direto ou indireto com o mar.
A reportagem do JC entrou, mais uma vez, em contato com a SES-PE para saber se as unidades chegaram a notificar a vigilância epidemiológica sobre possíveis casos de intoxicação associados ao fenômeno maré vermelha em Boa Viagem. A assessoria de comunicação respondeu que, até o momento, não há registros.
"Até o momento, a SES-PE não recebeu notificações, por parte dos serviços de saúde, de casos envolvendo a maré vermelha, nos municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes (no Grande Recife), mas já está em contato com as secretarias municipais e realizando uma busca ativa para verificar a ocorrência de casos suspeitos", ressalta a nota.
O comunicado também reforça que seja procurada uma unidade de saúde em caso de náuseas, dor e desconforto abdominal, irritação de olhos, mucosa e pele ou qualquer outro sintoma associado à maré vermelha.
"É importante frisar que a floração de algas é um fenômeno natural, de periodicidade aleatória, vinculado a uma série de condições ambientais e que ocorre em todos os ambientes aquáticos do mundo."
Na Praia de Boa Viagem, os resultados confirmaram, na quinta-feira (22), que a mancha é uma floração de dinoflagelados, um grupo diversificado e com espécies potencialmente produtoras de toxinas. "A CPRH continua realizando análises para identificar a espécie da alga", salienta.