A adolescência, marcada por transformações físicas, emocionais e sociais, é uma fase crucial na vida de qualquer indivíduo. Nesse período de transição, questões relacionadas à saúde ganham ainda mais relevância, e uma condição que merece atenção especial é o diabetes.
O aumento alarmante da prevalência dessa doença entre os adolescentes nos últimos anos destaca a importância de compreendermos os desafios únicos que essa faixa etária enfrenta no manejo e na prevenção do diabetes.
Sintomas da diabetes em crianças e adolescentes
Um aumento nos níveis de glicose no sangue pode desencadear sintomas imediatos e complicações a longo prazo.
Diabetes Tipo 1
Os sintomas do diabetes tipo 1 se desenvolvem rapidamente, geralmente ao longo de alguns dias a semanas, seguindo um padrão característico. Níveis elevados de glicose no sangue levam a um aumento na micção, podendo resultar em incontinência noturna ou perda de controle da bexiga durante o dia.
Crianças que ainda não foram treinadas para usar o banheiro podem apresentar mais fraldas molhadas. A perda de líquidos leva a um aumento na sede e no consumo de líquidos. Cerca de metade das crianças pode perder peso e ter um crescimento comprometido. Algumas desenvolvem desidratação, resultando em fraqueza, fadiga e batimentos cardíacos acelerados.
Náuseas, vômitos e visão turva também podem ocorrer devido à presença de cetonas no sangue, subprodutos da quebra de gordura. Se não reconhecidos e tratados, esses sintomas podem evoluir para cetoacidose diabética.
Diabetes Tipo 2
Muitas crianças com diabetes tipo 2 podem não apresentar sintomas ou ter apenas sinais leves. O diagnóstico geralmente ocorre durante exames de sangue ou urina realizados por outros motivos. Os sintomas incluem aumento da sede, micção frequente e, às vezes, fadiga. Crianças com diabetes tipo 2 têm menor probabilidade de desenvolver cetoacidose em comparação com aquelas com diabetes tipo 1.
Complicações do diabetes em crianças e adolescentes
O diabetes pode resultar em complicações imediatas e a longo prazo. A cetoacidose diabética é a complicação imediata mais séria.
Complicações a longo prazo geralmente estão relacionadas a problemas de saúde mental ou vasculares. O controle adequado do diabetes reduz a probabilidade de complicações.
Cetoacidose diabética (CAD)
A CAD está presente em cerca de um terço das crianças com diabetes tipo 1 no momento do diagnóstico. Pode ocorrer devido à falta de insulina, problemas com sua administração ou durante doenças. A presença de cetonas no sangue torna-o ácido, causando sintomas como náuseas, vômitos, fadiga e dores abdominais. A CAD pode progredir para coma e morte se não tratada.
Problemas de saúde mental
Distúrbios de saúde mental, como depressão e ansiedade, são comuns em crianças com diabetes. O ganho de peso causado pela insulina pode levar a transtornos alimentares, afetando o controle da glicose.
Problemas vasculares
O diabetes causa estreitamento dos vasos sanguíneos, afetando órgãos como olhos, rins e nervos. Complicações incluem retinopatia diabética, nefropatia diabética e neuropatia diabética. Problemas vasculares grandes afetam artérias do coração e cérebro, podendo levar a ataques cardíacos e derrames.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve exames de glicose no sangue, teste de hemoglobina A1c e, às vezes, exame de tolerância oral à glicose. O diagnóstico do tipo de diabetes inclui a detecção de anticorpos específicos.
Exames após o diagnóstico
Crianças com diabetes tipo 1 fazem exames adicionais para detectar doenças autoimunes. Aquelas com diabetes tipo 2 são avaliadas quanto ao funcionamento do fígado e rins, além de outros problemas associados.
Prevenção de diabetes em crianças e adolescentes
Medidas imediatas, como mudanças na dieta, aumento da atividade física e perda de peso, podem prevenir ou atrasar o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Exames regulares são recomendados para crianças em risco.
Fonte: MSD Manuals