A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta segunda-feira (05), a segunda fase da Operação Zona Cinza, que investiga crimes relacionados à aquisição, comércio, posse e porte de armas de fogo. Seis mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Caruaru, no Agreste do Estado. E cerca de 3 mil armas e munições foram apreendidas até agora, segundo a assessoria da PF.
A investigação começou em outubro de 2021, após a Delegacia de Polícia Federal em Caruaru receber a informação de que um clube de tiro e uma loja de armas pertencentes ao mesmo grupo estariam ministrando cursos, prestando serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo, executados por pessoas sem licença da Polícia Federal para atuarem como armeiros, e produzindo documentos ideologicamente falsos em nome de armeiros legalmente credenciados, mas que não mantinham vínculo com essas pessoas jurídicas.
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"Ao longo da ação investigativa foi identificada a existência de organização criminosa dedicada à produção de documentos ideologicamente falsos e o uso desses documentos para viabilizar e dar aparência de legalidade tanto ao comércio, quanto ao porte ilegais de armas de fogo. Além disso, o grupo utilizaria pessoas jurídicas como instrumentos para produzir entrevistas, vídeos e outros conteúdos, e difundir em nome delas, sobretudo por meio da internet, publicidades ilegais para a venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo e incitando a prática de crimes", explicou a PF.
Nesta segunda-feira, os mandados estão sendo cumpridos em uma residência e no endereço-sede das pessoas jurídicas suspeitas de envolvimento com os fatos na cidade de Caruaru, e visam a localização de provas complementares para a investigação. Armas de fogo e munições estão sendo apreendidas pelos policiais federais com o apoio logístico do Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal. As ordens judiciais foram expedidas pela 37ª Vara Criminal da Justiça Federal em Caruaru.
PRIMEIRA FASE DA OPERAÇÃO
Na primeira fase da operação, em 21 de outubro, a PF buscou identificar envolvidos e confirmar o modus operandi do grupo investigado sobre a execução de fraudes contra os sistemas dos órgãos públicos de fiscalização e controle. Conforme a apuração, os esquemas delitivos seriam operados através do registro de cidadãos, mediante declarações falsas de que seriam caçadores, colecionadores e/ou atiradores desportivos, isto, para possibilitar a aquisição e o porte ilegais da armas de fogo. Quatro mandados de prisão foram cumpridos, na ocasião.
Os investigados poderão responder por crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, porte ilegal de arma de fogo, comércio ilegal de arma de fogo, entre outros.