Com Estadão Conteúdo
Após os ataques bolsonaristas que aconteceram na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, o Cacique Serere, cuja prisão temporária motivou os atos, gravou um pronunciamento dirigindo-se aos manifestantes.
O cacique José Acácio Serere Xavante foi preso por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes devido a indícios "da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal".
Moraes acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou 10 dias de prisão temporária para o Cacique Serere.
Segundo a Polícia Federal (PF), Cacique Serere teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso, no Aeroporto Internacional de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) disse que o cacique vinha "se utilizando de sua posição de cacique do Povo Xavante" para incitar indígenas e não indígenas a "cometer crimes", como a 'ameaça de agressão e perseguição" de Lula e ministros do STF.
Ataques bolsonaristas em Brasília
Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30 dessa segunda, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o Cacique Serere.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou a prisão dos autores dos ataques, mas ainda não há informações sobre nenhuma detenção.
Os ataques em Brasília deixaram um rastro de cinco ônibus e três carros de passeio incendiados, sendo sete deles totalmente consumidos pelo fogo.
As informações estão em nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, que também informou que uma caminhonete da corporação foi alvo de apedrejamento.
RECADO DO CACIQUE SERERE AOS MANIFESTANTES BOLSONARISTAS
Em vídeo enviado para jornalistas, o Cacique Serere pede aos manifestantes que não entrem em "briga ou confronto com a autoridade policial". O líder indígena declara que os episódios da segunda-feira não podem continuar a ocorrer.
"Eu estou em paz e quero pedir (...) que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial", disse o homem filiado ao Patriota.