Um menino de 9 anos morreu após ser vítima de bala perdida no município de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul de Pernambuco, na última segunda-feira (12). Um homem, que seria o alvo dos criminosos, também foi morto.
O crime aconteceu no bairro Jagatá. De acordo com testemunhas, Ivaldo Klebson Gama Ferreira, de 23 anos, estava andando pela rua quando foi surpreendido pelos assassinos, que já chegaram atirando. Ele morreu no local.
O menino Victor Luan da Silva, que havia saído de casa para pegar açúcar na residência da avó, foi atingido por uma das balas. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital da cidade, mas não resistiu.
A Polícia Civil está investigando o crime. Até agora, não há informações sobre motivação e suspeitos.
Por causa o crime registrado na última segunda-feira, o clima voltou a ser de medo em São José da Coroa Grande, cidade com estimativa de 21.868 habitantes. E os números mostram que o ano de 2023 não tem sido tranquilo para os moradores de um dos principais cartões-postais do Litoral Sul do Estado.
Entre 1º e 31 de maio, 13 mortes violentas foram somadas. Um aumento de 62,5% em relação ao mesmo período de 2022, quando oito pessoas foram assassinadas.
Todas as vítimas mortas em 2023 eram do sexo masculino. Das 13, uma era adolescente e 12 adultas (com idades entre 18 e 64 anos). Os dados são da Secretaria de Defesa Social.
A mais recente edição do Anuário Brasileiro de Segurança, publicada no ano passado, apontou São José da Coroa Grande como a 24ª cidade mais violenta do Brasil. A taxa foi de 106,5 mortes por 100 mil/habitantes.
O Anuário levou em consideração a quantidade de homicídios em uma escala, com dados coletados entre 2019 e 2021.
Como qualquer localidade amedrontada pela violência, a lei do silêncio impera entre os moradores. Eles temem pagar com a própria vida caso falem sobre a criminalidade. Mas não é de hoje que a guerra entre grupos que disputam o domínio pelo tráfico de drogas na região faz vítimas.
Em 2017, São José da Coroa Grande registrou um boom da violência - por causa da guerra entre criminosos. Foram 41 assassinatos, número nunca antes visto na história do município. Naquele ano, a taxa de homicídios cresceu 127% em relação a 2016.
No ano seguinte, a escalada da violência continuou. Só em fevereiro de 2018, 11 pessoas foram mortas na cidade, trazendo ainda mais pavor e pedidos por mais policiamento para impedir as mortes de moradores e a fuga de turistas da região. Ao longo do ano, 26 mortes foram somadas. Em 2019, o patamar se manteve: 25 registros.
Já em 2020, a polícia conseguiu uma redução nos crimes violentos contra a vida. Foram 16 óbitos contabilizados. Mas, em 2021, o número voltou a subir para 24. Por fim, ao longo do ano passado, a polícia registrou 17 mortes.