O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) encaminhou recomendação à Polícia Militar para que anule as provas do concurso para oficiais. A decisão foi tomada após candidatos denunciarem várias falhas e vícios encontrados nos testes realizados em 23 de abril deste ano. (Veja vídeo mais abaixo)
De acordo com a denúncia, pelo menos 12 das 70 questões objetivas apresentavam as alternativas corretas em destaque (em negrito ou com algum recuo) nas páginas das provas do Curso de Formação de Oficiais da Administração (CFOA - PM 2023).
A banca examinadora responsável pelo concurso é o Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco (IAUPE), que só anulou a questão 21, sob o argumento de "constar uma maior quantidade de tonner sobre uma das opções de resposta".
No pedido de anulação das provas, a promotora de Justiça Selma Magda Pereira destacou que teve ciência de cinco ações judiciais em curso, as quais buscam a anulação do concurso.
Disse também que, "em análise das fotos e dos vídeos encaminhados na denúncia é possível perceber, claramente, diferenças de recuos e de coloração nas assertivas corretas – de acordo com o gabarito oficial, o que levaria aos candidatos a indução da resposta correta".
A promotora citou, por exemplo, irregularidades nas questões 21 a 25, 33, 42 e 43, 50 e 51 da prova objetiva, que não foram anuladas pela banca examinadora.
Ao todo, 1.078 candidatos se inscreveram para a seleção para preenchimento de 97 vagas para o Quadro de Oficiais da Administração e duas vagas para o Quadro de Oficiais Músico.
Além da recomendação pela anulação das provas, o MPPE pede que a banca examinadora informe, em até cinco dias úteis, se vai ou não acatar o pedido.
A assessoria da IAUPE informou, em nota, que "o Departamento Jurídico está em tratativa com o Ministério Publico, visando solucionar essa situação".