Um médico de 38 anos foi preso, nessa quarta-feira (19), suspeito de importunação sexual de pacientes no Recife. Ele estava trabalhando em um posto médico em Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no momento em que o mandado de prisão foi cumprido.
As investigações estavam sendo realizadas pela Polícia Civil desde setembro de 2022, quando a primeira vítima registrou queixa. Ao todo, há três pacientes que acusam o médico pelo mesmo crime.
Uma estudante de direito de 22 anos foi a primeira a procurar a polícia. O médico, cujo nome não foi divulgado, teria abusado da paciente na Policlínica e Maternidade Arnaldo Marques, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife.
A vítima havia procurado a unidade de saúde por causa de uma enxaqueca. No atendimento, o profissional teria tocado nas partes íntimas dela.
Na época em que a queixa foi registrada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no bairro de Santo Amaro, o profissional de saúde foi afastado das atividades pela Prefeitura do Recife.
Após a primeira denúncia, outras mulheres procuraram a polícia para denunciar o médico. As investigações prosseguiram e, após o avanço das provas, o mandado de prisão preventiva foi solicitado pela polícia à Justiça.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 15ª Vara Criminal da Capital. Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do médico, no bairro de Candeias, em Jaboatão.
Na residência do suspeito, os policiais civis apreenderam smartphones e computadores que, segundo a polícia, continham mensagens que ele mandava para as vítimas.
O suspeito foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), no município de Abreu e Lima, no Grande Recife.
A coluna Segurança tenta contato com a defesa do médico.
Em maio deste ano, a Polícia Civil revelou que outro médico foi indiciado por crime sexual contra paciente. O acusado é cardiologista de 74 anos, que teria praticado o crime numa clínica particular no Recife.
A vítima, uma atendente de padaria de 50 anos, contou à polícia que sofreu abuso sexual no momento em que realizava um exame médico. Ela estava sozinha na sala da clínica, que fica no bairro da Imbiribeira, com o cardiologista. O caso aconteceu em dezembro de 2022.
A mulher relatou que o abuso aconteceu no momento que o médico aferia a pressão dela.
"Ele esticou meu braço e botou perto da parte genital dele. Puxei, porque achei estranho, mas senti o órgão genital. Ele ficou com ereção. Na hora senti vontade de sair dali e destruir tudo, fiz 'cara' feia para ele perceber que não gostei. Depois do exame, ele se aproximou, disse que meu coração estava ótimo e saiu", disse a paciente, na época.
Após meses de investigações, o médico foi indiciado por violação sexual mediante fraude. O nome dele não foi divulgado.
O crime, previsto no Código Penal Brasileiro, consiste na conjunção carnaval ou outro ato libidinoso com alguém, mediante meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. A pena, em caso de condenação, pode chegar a seis anos de prisão.
O processo está em segredo de justiça.
De acordo com estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 1.113 mulheres procuraram a polícia para denunciar o crime de estupro no primeiro semestre de 2023.
No mesmo período do ano passado, 1.191 vítimas prestaram queixa de estupro.