A praia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, está com a delegacia funcionando parcialmente. Desde o início de maio, a unidade policial não conta com delegado plantonista à noite e nos fins de semana. Desta forma, apenas boletins de ocorrência estão sendo realizados.
A denúncia foi feita pela Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (Adeppe). Os casos de prisões em flagrante estão sendo encaminhados para a Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, que segue com plantão 24h.
Por causa disso, policiais militares que realizam as prisões precisam se deslocar para a cidade vizinha para apresentar os suspeitos à delegacia.
"Porto de Galinhas é trade mundial, de destino de turista. Perder um equipamento como plantão é um retrocesso sem tamanho. Todos os órgãos de segurança sabem que há uma facção instalada. Tem que haver um incremento, não retirada de policiais", disse o presidente da entidade, Diogo Victor.
O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL?
Em nota, a assessoria da Polícia Civil reforçou que "a Delegacia de Porto de Galinhas segue funcionando em regime de plantão para registro de ocorrências e encaminhamentos de perícias emergenciais".
"Em caso de procedimentos flagranciais, a Delegacia de Plantão do Cabo de Santo Agostinho e a Delegacia da Mulher do Cabo estão abertas e recebendo as ocorrências", disse o texto.
"Se necessário, com o uso da tecnologia os agentes podem fazer uma videoconferência com o delegado que está no Cabo de Santo Agostinho para ele defina diretrizes e procedimentos", completou.
ENTREGA DE PLANTÕES
Insatisfeitos pela falta de reajuste salarial em 2023, os delegados e delegadas não estão participando do Programa de Jornada Extra (PJES) desde janeiro deste ano. Por causa disso, todo mês uma nova escala é criada pela chefia da Polícia Civil para evitar que todas as delegacias de plantão fechem as portas à noite e nos fins de semana.
Mas outro problema surgiu: com déficit de policiais, os delegados escalados para "tapar esses buracos" deixaram suas delegacias de origem e investigações de crimes foram paralisadas ou estão demorando bem mais tempo para serem concluídas. E o impasse está longe do fim, porque as negociações entre governo e a Adeppe não avançam.