Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
CRIMES SEXUAIS

Rodrigo Carvalheira é indiciado pela segunda vez por estupro de vulnerável

Empresário pernambucano está respondendo às acusações em liberdade

Cadastrado por

Raphael Guerra

Publicado em 30/05/2024 às 12:31 | Atualizado em 30/05/2024 às 14:10
Rodrigo Carvalheira foi denunciado por várias mulheres - REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (30), a conclusão de mais dois inquéritos que apuram denúncias de estupro envolvendo o empresário pernambucano Rodrigo Dib Carvalheira, de 34 anos. Em um deles, houve o indiciamento pelo crime de estupro de vulnerável.

Sem apresentar detalhes, a assessoria da Polícia Civil informou que os resultados dos inquéritos foram remetidos ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nessa quarta-feira (29). E explicou que não houve indiciamento no segundo porque ele prescreveu, extinguindo a punibilidade do fato. 

As duas investigações são referentes a possíveis crimes sexuais praticados pelo empresário em 2005 e em 2019, no Recife, mas que só foram denunciados à polícia em abril deste ano. Nesse mesmo mês, Rodrigo foi indiciado por estupro de vulnerável e foi denunciado pelo MPPE à Justiça.

Todas as mulheres que denunciaram o empresário faziam parte do ciclo de amizade dele. Algumas delas, inclusive, disseram ter sido dopadas antes dos abusos. Por se tratarem de crimes sexuais, os casos estão sob sigilo.

Em nota, a defesa de Rodrigo voltou a afirmar que Rodrigo é inocente. 

"A defesa reitera a completa inocência frente a essas acusações que carecem de qualquer prova material e baseiam-se unicamente em declarações das supostas vítimas. Destacamos que todas as alegações apresentadas contra Rodrigo não possuem fundamentação sólida. É imperioso ressaltar que as mesmas pessoas que agora o acusam mantiveram relações sociais contínuas com ele após os alegados e inexistentes crimes, fato que demonstra a ausência de veracidade das acusações", diz o comunicado. 

Rodrigo Carvalheira chegou a ser preso em 11 de abril deste ano, por determinação da Justiça. Seis dias depois, ele foi solto do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Mas foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

Leia Também

EMPRESÁRIO FOI EXPULSO DE PARTIDO

Além de empresário do ramo imobiliário e também atuar com produções de eventos, Rodrigo Carvalheira foi eleito presidente do PTB em Pernambuco, em outubro de 2023.

O partido se fundiu ao Patriota e se tornou o PRD. Ele foi secretário de Turismo do município de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul do Estado, por um ano, e deixou o cargo em dezembro de 2023 por "fins políticos", de acordo com a gestão municipal.

A Executiva Nacional do PRD decidiu expulsá-lo do quadro de filiados, após o anúncio da prisão.

AMIGA DE RODRIGO, DELEGADA FOI AFASTADA DAS ATIVIDADES

Em meio às investigações contra Rodrigo, a delegada Natasha Dolci foi flagrada numa interceptação telefônica conversando com ele. Na época, ela esclareceu que é amiga pessoal do empresário e que não tentou interferir no andamento dos inquéritos. 

Mesmo assim, em 25 de abril, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, determinou que ela fosse afastada das atividades por 120 dias, sob o argumento de que está em curso um processo administrativo disciplinar especial em desfavor da delegada e que "recai sobre ela indícios de práticas de atos incompatíveis com as funções públicas".

Na decisão que determinou a prisão de Rodrigo Carvalheira, em 11 de abril, o juiz José Claudionor da Silva Filho destacou que o "investigado tentou, através dos seus contatos políticos, retirar o inquérito policial que originou o presente processo da Delegacia da Mulher".

"Restou comprovado, ainda, que a delegada Natasha Dolci orientou o investigado a agilizar a sua tentativa de interferência política para retirada do inquérito policial da Delegacia da Mulher, a fim de encerrar a presente investigação, solicitando, inclusive sua ajuda para ser removida para a Delegacia de Fernando de Noronha, colocando-se à disposição para ajudá-lo no presente caso, caracterizando-se uma troca de favores", pontuou o magistrado, nos autos.

Por sua vez, em entrevista ao JC, a delegada afirmou que o afastamento das funções se tratava de "perseguição da polícia".

"Em dois anos, fui transferida de delegacias 14 vezes. Virei uma ameaça porque apresentava bons resultados. Depois denunciei que, na Polícia Civil, há fraude nos números de prisões e apreensões, além de inquéritos solucionados", disse.

 

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS