Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
INVESTIGAÇÃO

Após quase 3 meses, polícia não esclareceu autoria dos tiros que mataram Darik, atleta do Sport

Laudo da perícia que vai apontar se balas perdidas que atingiram adolescente foram disparadas pela Polícia Militar ou por criminosos ainda não foi entregue. Familiares vão ao DHPP nesta quinta-feira (6) cobrar agilidade

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Raphael Guerra

Publicado em 05/06/2024 às 10:50 | Atualizado em 05/06/2024 às 10:51
Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, morreu vítima de bala perdida - ACERVO PESSOAL

Quase três meses se passaram, mas a investigação policial ainda não esclareceu quem foi o autor dos tiros que mataram o adolescente Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, atleta da equipe de futsal sub-14 do Sport Club do Recife. Abalados e insatisfeitos com a demora na divulgação de informações, familiares irão à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quinta-feira (6), para cobrar agilidade das investigações. 

"Estamos aguardando o resultado da perícia, que está demorando. A perícia irá determinar se o disparo veio dos PMs ou dos criminosos. Posteriormente, a reprodução simulada para identificar o autor", disse o advogado Walter Reis, que representa a família do adolescente. 

Segundo depoimentos, na noite do dia 16 de março, Darik estava conversando com duas amigas, na calçada da casa de uma delas, quando houve uma perseguição policial na Rua Professora Arcelina Câmara, bairro do Jordão, Zona Sul do Recife. 

Câmeras de segurança registraram o momento em que dois carros passaram pela rua, sendo seguidos por duas viaturas da Polícia Militar. Em poucos segundos, um dos veículos parou e um suspeito saiu dele. Não fica claro, nas imagens, se o homem estava armado. Os policiais também saíram das viaturas e atiraram na direção do homem, que correu e voltou para o veículo. A perseguição continuou. 

Darik acabou atingido por duas balas perdidas, sendo uma na perna e outra no quadril, quase na entrada da casa da amiga. Marcas de tiros foram encontradas em paredes de residências e veículos. 

Uma testemunha, ouvida pela Polícia Civil, afirmou que o carro usado pelos suspeitos estava com os vidros fechados no momento em que o adolescente foi atingido. 

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VERSÃO DA POLÍCIA

A Polícia Militar alegou que equipes do 6º Batalhão foram acionadas por uma senhora relatando o roubo de seu veículo, cujo rastreamento indicava a localização no bairro do Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes.

"Durante o deslocamento, os policiais avistaram o veículo em fuga, sendo acompanhado por outro veículo. Ao perceberem a aproximação das viaturas, os suspeitos ignoraram as ordens de parar e empreenderam fuga em alta velocidade. O acompanhamento culminou em uma rua sem saída no bairro do Jordão, no Recife, onde os suspeitos colidiram os veículos, desembarcaram e começaram a disparar contra os policiais, que reagiram", disse a PM, um dia após a morte de Darik.

Segundo a corporação, dois suspeitos conseguiram fugir, enquanto dois foram detidos. Um foi ferido por tiro e o outro por escoriações devido a uma colisão. "Foi realizada a revista veicular e no interior dos veículos foram encontradas duas armas de fogo, uma calibre 12 e um revólver calibre .38", informou a PM. 

Em relação ao adolescente, a Polícia Militar disse que fez o socorro para a policlínica, mas não confirmou se algum policial assumiu a responsabilidade pelos tiros que atingiram a vítima.  

INVESTIGAÇÃO

A 3ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue investigando o caso. "Os delegados Caio Wagner e Cley Anderson estão à frente das diligências. Mais informações serão repassadas após a conclusão do inquérito policial", disse a assessoria da Polícia Civil.

Em nota, a corporação também reforçou que "até o momento não há definição de onde partiu os tiros que atingiram o adolescente". 

Por se tratar de uma morte decorrente de intervenção policial, o Grupo de Atuação Conjunta Especializada (GACE) e Controle Externo do Ministério Público de Pernambuco também acompanha para garantir transparência à investigação.

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