A Azul lançou oficialmente na manhã desta terça-feira (11), em Jundiaí (SP), a Azul Conecta, nova empresa voltada à aviação sub-regional, que fortalecerá e ampliará o número de destinos atendidos pela aérea no Brasil, sobretudo em cidades menores do País. A cerimônia presencial contou com executivos da empresa e representantes do governo.
No caso de Pernambuco, a Azul Conecta pode viabilizar os planos de estabelecer novas ligações com municípios do interior, como Caruaru, no Agreste, e Serra Talhada, no Sertão, para onde a Azul já havia demonstrado interesse em voar, aguardando apenas o término das obras dos respectivos aeroportos. A empresa, no entanto, ainda não confirma operações sob a nova bandeira.
A marca Azul Conecta substitui a TwoFlex, adquirida pela companhia em janeiro deste ano por R$ 123 milhões. Com a nova empresa, que voa para 36 cidades, a meta da Azul é expandir a atuação para 200 destinos nos próximos anos. Antes da crise desencadeada pela covid-19, a empresa atendia cerca de 110 cidades no Brasil. Em setembro, serão 88.
A frota da Azul Conecta é composta por 17 aeronaves modelo Cesna Gran Caravan, um turboélice regional monomotor com capacidade para até nove assentos. Em rotas de menor demanda, os aviões menores permitirão atuar com melhor rentabilidade do que a possibilitada pelos modelos ATR ou E195, hoje usados na maioria das rotas regionais. Ganha, principalmente, o turismo de negócios nas áreas mais remotas.
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Dos 17 aviões, três são exclusivamente cargueiros e vão contribuir para a expansão da Azul Cargo Express, a unidade de cargas que poderá operar em cidades não atendidas atualmente por voos regulares da empresa.
"O que vamos fazer nos próximos dez anos é muito mais do que já fizemos. Temos aeronaves pequenas, médias, grandes e muito grandes. Pequenas para cidades pequenas, médias para cidades médias e grandes para cidades grandes. Vamos levar pessoas a qualquer lugar do mundo”, diz o presidente da Azul, John Rodgerson.
O secretário Nacional de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Infraestrutura, Ronei Saggioro Glanzmann, ressalta a importância de aumentar a cobertura aérea no País. "Chegar com esse tipo de aeronave é fundamental. Não temos aeroportos como Congonhas em todos os lugares do Brasil", afirma, ao defender a demanda de passageiros por voos em municípios mais afastados.
A Azul Conecta contribuirá para o reforço dos três hubs principais da companhia, em Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, além de aeroportos estratégicos, como o de Congonhas, onde foram herdados 14 slots (espaços de decolagens e aterrissagens) que pertenciam à TwoFlex.
“A Azul Conecta nasce da vocação regional da Azul e da TwoFlex que, separadamente, já estavam levando o serviço aéreo para novas e diversas partes do Brasil. Agora, estamos unindo a força das empresas para, especialmente neste momento de flexibilização e retomada, direcionar o transporte aéreo e cargueiro a lugares que não estão sendo servidos hoje em função da pandemia ou a cidades potenciais que não contam com a operação aérea”, diz o vice-presidente Técnico-Operacional da Azul e diretor presidente da Azul Conecta, Flávio Costa.
De acordo com a aérea, por enquanto, em Pernambuco os Cesna Gran Caravan só são utilizados para voos cargueiros entre o Recife e Fernando de Noronha, além do atendimento a um contrato também para transporte de cargas na rota Belo Horizonte-Petrolina-Fortaleza-Natal-Recife-Maceió-Aracaju-Salvador-Vitória da Conquista-Belo Horizonte.
Ainda sob a bandeira TwoFlex, os monomotores da Azul Conecta já voaram 3.256 horas entre maio e junho, o que corresponde a 55 horas de voo por dia da frota que está em operação, segundo a companhia.
No período de 4 a 8 de setembro, a Azul vai reforçar a sua malha aérea, com 64 novos voos para atender a demanda do feriado da Independência do Brasil.