Passaporte, vistos e fronteiras: como está a situação do turismo para brasileiros?

Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o agente de viagens internacionais Edson Gonçalves respondeu dúvidas sobre assuntos relacionados ao turismo e viagens durante a pandemia
JC
Publicado em 14/09/2020 às 10:26
Esta é mais uma medida para conter o avanço do coronavírus Foto: Foto: PF/Divulgação


Entra em vigor nesta segunda-feira (14) a suspensão das restrições de voos oriundos do Brasil e de outros países para os Estados Unidos. No entanto, só podem embarcar em um voo os cidadãos do próprio país, residentes permanentes legais (portadores de green card), familiares imediatos de cidadãos norte-americanos e residentes permanentes legais e categorias específicas. Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o agente de viagens internacionais Edson Gonçalves respondeu dúvidas sobre assuntos relacionados ao turismo e viagens neste momento de pandemia da covid-19. Confira:

Rádio Jornal - Qual é o cenário do turismo hoje?

Edson Gonçalves - Aos poucos as fronteiras estão se abrindo, há uma flexibilização. As companhias aéreas começam a ter uma frequência dos seus voos regulares, mas existe uma precaução ainda em relação à covid, recomendações necessárias de usar máscara, demanter o distanciamento. Esse segmento está, aos poucos, voltando a engrenagem de sempre. O turismo faz parte da economia, esses países estão visando, cada vez mais, abrir as fronteiras, porque suas economias dependem do turismo. Creio que, em breve, esse segmento vai aquecer novamente. O sonho de viajar é natural para qualquer pessoa, todo mundo se planeja, creio que a segurança para a viagem vai ser cada vez maior e melhor.

Rádio Jornal - O brasileiro já pode entrar nos Estados Unidos?

Edson Gonçalves - Já é um primeiro passo. O consulado está disponibilizando as próximas entrevistas [de visto], os agendamentos já estão sendo feitos, os agentes de viagens já podem fazer todos os preenchimentos, mas as entrevistas presenciais só em novembro e dezembro. Creio que a qualquer momento podem aparecer outras datas agora em outubro, vai depender da demanda do consulado e do entendimento dele em relação à covid. 

Rádio Jornal - Está liberada a entrada nos EUA, mas ainda não para o turismo. Há uma tendência que outros países sigam isso?

Edson Gonçalves - Sem dúvida nenhuma. A partir do momento que há uma segurança que o vírus está sendo controlado, que o Brasil está com a pandemia controlada, os países vão ficar mais flexíveis. A Europa, hoje, tem uma restrição de 14 dias, mas alguns países não tem mais isso, como a Inglaterra e Portugal. Eles pedem que você faça o exame da covid e leve na viagem. Além disso, as pessoas compram o seguro de viagem, o que garante que você não vai usar o sistema público daquele país que você está se deslocando. Os países estão flexíveis para pessoas da origem do seu próprio país, para turismo ainda não está liberado. As companhias aéreas são o primeiro termômetro. Quando colocarem mais voos, mais promoções vão acontecer e mais vão procurar viagens internacionais.

Rádio Jornal - Para outros países, o processo de retirada do visto também é necessário?

Edson Gonçalves - É o mesmo procedimento. No recife temos quatro consulados que conseguem vistos: americano, do Canadá, do Japão e da China. Os demais ou tem embaixada em Brasília, ou são concedidos online, como para Austrália ou Egito. Esses consulados não estão abertos ainda, então se houver uma emergência, a pessoa não viaja. Infelizmente, é uma regra que eles têm por resguardo em relação a pandemia. Assim como no Brasil que, nos últimos quatro meses, ninguém podia ir para São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. Agora, os voos voltaram ao normal. Os internacionais, em pouco tempo, também vão voltar ao normal.

Rádio Jornal - Há pouco tempo, o Reino Unido deixou de fazer parte da União Europeia. Como está hoje a condição para quem quer viajar para Londres, por exemplo?

Edson Gonçalves - Não precisa de visto, até 90 dias você é isento. Falou-se que em 2021 vai ser emitido um visto eletrônico para a comunidade europeia, mas vai ser um visto online, que você, antecipadamente, preenche um formulário e o visto é concedido para que você imprima e leve. É uma situação que ainda não é oficial, mas já se fala muito sobre. Nesse momento as fronteiras estão fechadas, não há a flexibilidade de entrar e sair. Você pode comprar a passagem agora programada para novembro, mas se até lá estiver fechada, você pode mudar a data sem custo adicional. A viagem você pode programar e vamos acompanhando as informações através das mídias, da imprensa, da televisão. As companhias aéreas são o primeiro obstáculo. Se vc chegar hoje na TAP e quiser embarcar, não embarca.

Rádio Jornal - Como está hoje para ir para outros países e tentar estudar por um tempo como, por exemplo, na Nova Zelândia?

Edson Gonçalves - Esses países estão ainda fechados. Para ir para Nova Zelândia agora tem que ir via Europa, Austrália, Chile, que também estão fechados para o Brasil. É difícil programar agora uma viagem para esses destinos internacionais. Eu creio que a economia de cada país deste vai ficar muito atento para liberar o fluxo turístico novamente, porque eles dependem muito do turismo, e o povo brasileiro faz parte de uma porcentagem muito representativa economicamente.

Rádio Jornal - Os intercâmbios para estudantes também estão passando por essa burocracia?

Edson Gonçalves - Sim, pela mesma burocracia. Tem escolas nos EUA e Canadá que as pessoas estão fazendo cursos online, muitas pessoas que já estavam lá, estudando, não puderam voltar para o Brasil e estão fazendo cursos online. Nesse momento, agora, não tem escolas abertas para cursos para estrangeiros em intercâmbio.

Rádio Jornal - A renovação de passaportes está sendo imediata?

Edson Gonçalves - De imediato. O posto da Polícia Federal que fica no Shopping RioMar está fluindo normal. Não tem calendário distanciado, as marcações estão caindo para a mesma semana, você percebe que alguns segmentos que fazem parte do turismo já estão voltando ao normal. Isso é um fato bem positivo de que as coisas vão, daqui a pouco, se normalizar.

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