A Secretaria de Turismo de Ipojuca e a Embratur articulam a instalação de um terminal marítimo de passageiros na região de Suape, com o objetivo de receber navios de cruzeiro e estimular o fluxo de visitantes diários em Porto de Galinhas. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (30) pela secretária da pasta no município, Carol Vasconcelos, e pelo presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, durante o Visit.Pernambuco Travel Show, evento de promoção do turismo que ocorre no balneário até a próxima quarta-feira (2).
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A ideia dos gestores públicos é aproveitar a estrutura já existente no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para o tráfego de embarcações de grande porte. Uma visita ao EAS está agendada para a próxima quinta-feira (3). "Acreditamos que até março o espaço seja inaugurado e já contamos com o interesse da MSC, que opera com cinco navios no Brasil, de fazer uma escala experimental em janeiro", diz Carol Vasconcelos. Segundo a gestora, a cada desembarque, Porto de Galinhas poderia receber até 1.500 turistas, o que significa quase a metade da quantidade de pessoas que frequentam o balneário diariamente na alta estação.
Gilson Machado Neto afirma que atuará para "destravar a parceria do ponto de vista burocrático e de regulações" ainda no primeiro semestre de 2021, sem dar detalhes sobre as ações que serão executadas na prática. O gestor acrescenta que recebeu da operadora de cruzeiros Royal Caribbean uma sinalização de que pretende voltar à costa brasileira.
De sua parte, o EAS diz, através da assessoria de comunicação, que não há qualquer acordo prévio ou protocolo de intenções formal assinado para o empreendimento anunciado. "Por enquanto, o que existe é apenas uma visita de cortesia exploratória para as partes conhecerem as características do estaleiro e avaliarem com o EAS em um momento oportuno se haveria a possibilidade de instalação desse terminal", acrescenta uma fonte do estaleiro.
O EAS ainda ressalta que não é vocação do estaleiro funcionar como terminal de passageiros. No atual momento de retomada de suas operações, quando a empresa começou a colocar em prática o seu plano de recuperação judicial, o foco está no reparo de embarcações e descomissionamento (como é chamada a desativação) de plataformas de petróleo.
Uma potencial atividade turística, portanto, se ocorrer, não deve ser com a celeridade na qual apostam os governos municipal e federal.
Até porque a realização da temporada de cruzeiros no Brasil ainda é uma incógnita. Depende de decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização ou não da retomada das viagens de navio. Por enquanto, a MSC é a única companhia que pretende manter as saídas, a partir de 16 de janeiro, mas restritas a Santos (SP) e Rio de Janeiro.
Já a Costa Cruzeiros anunciou, via comunicado, a suspensão de todas as suas viagens na América do Sul entre o fim de 2020 e início de 2021, por causa do alto risco de transmissão do novo coronavírus. As operações só devem ser retomadas em dezembro de 2021.
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