SUPERAÇÃO: Universitário emagrece 40kg só com treino e dieta
Publicado em 13/05/2019 às 12:19
Arthur de Luca pesava 122,1kg quando resolveu dar um basta na obesidade. Foto: Guga Matos/Arquivo/JC
Ninguém sabe, ao certo, que motivos fazem algumas pessoas conseguirem vencer a obesidade e outras tantas a desistirem dessa luta. Enquanto a ciência avança em descobertas sobre a doença que representa fator de risco ao câncer, diabetes e problemas cardiovasculares, histórias de quem conseguiu dar um basta no problema seguem motivando os que ainda buscam uma qualidade de vida melhor. Longe do excesso de peso, do mal-estar físico e, em muitas situações, dos remédios. É o caso do universitário Arthur de Luca, de 26 anos. Quem vê o jovem participando dos treinos de crossfit não consegue acreditar que ele já transitou no perigoso território do grau II da obesidade. Em 2015 Arthur chegou a pesar 122,1kg, com 35,6 kg/m² de índice de massa corporal. Quando o incômodo com o peso chegou a um nível em que ele não conseguia mais comprar uma simples bermuda, o universitário viu que era hora de mudar.
Assim como acontece na esmagadora maioria dos casos de obesidade, a situação de Arthur foi provocada, principalmente, por descontrole alimentar. “Eu nunca tive frescura com comida. Tudo que eu queria comer, eu ia lá e comia. Podia ser um pratão de arroz, carne e feijão. Não me preocupava em comer a quantidade certinha, para depois comer novamente. Eu queria comer até encher. Se fosse para eu comer o mundo eu ia lá e comia”, relembrou.
O ganho de peso foi progressivo e começou na infância, logo depois que ele e a família se mudaram de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, para Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A alteração de endereço fez com que Arthur perdesse as antigas amizades e a praticidade de descer do apartamento e já estar com os pés na praia. “Quando eu não estava no colégio, vivia na praia. Ou estava jogando bola ou no mar. Sempre estava fazendo alguma atividade. Nunca fui uma criança preguiçosa. Só que a gente acabou se mudando, veio morar em Boa Viagem. Onde morávamos antes, tínhamos muitos amigos. No novo prédio, não tinha tanta criança. Só brincava mais com os meus irmãos. E aí você acaba ficando mais preguiçoso. Chega uma hora em que você abusa. Comecei a ficar mais em casa, vendo filmes, jogando vídeo game e isso foi me deixando preguiçoso”, relatou.
No fim do Ensino Médio, porém, Arthur decidiu cuidar da questão física. Matriculou-se em uma academia, treinava de cinco a seis vezes por semana e ficou com peso que oscilava entre 80kg e 87kg. “Era final de Ensino Médio, 2010, e todo mundo quer estar bem, né? Foi quando eu comecei a focar, comer melhor. Eu ainda não me preocupava tanto com a quantidade, mas, pelo menos, já prestava atenção na qualidade”, relembrou.
Só que os avanços conquistados nesse período começaram a ser desfeitos um ano depois. A dinâmica dos cursinhos e a pressão pelo vestibular fizeram o jovem abrir mão dos exercícios novamente. “Às vezes, no máximo, eu treinava uma vez por semana, mas chegava (do treino) e ia comer na padaria. Eu moro do lado de uma padaria, então, comia um rocambole, coxinha, pastel. Querendo ou não, é uma tentação muito grande. Tudo que você sente vontade de comer tem lá”, contou.
Quase três anos com esse tipo de alimentação levaram Arthur aos 122,1kg. Apesar de já estar no grau II de obesidade, ele ainda não apresentava qualquer problema de saúde, comum a esse tipo de situação, como hipertensão arterial ou diabetes. Para se livrar do excesso de peso que poderia colocar, a qualquer momento, a sua saúde em risco, o universitário decidiu seguir o caminho convencional: reeducação alimentar e exercícios. Sem atalhos. Nada de remédios, nem cirurgia.
Por ter vivido boa parte da infância em constante atividade, voltar a praticar exercícios físicos com regularidade não foi um grande desafio para Arthur. O verdadeiro entrave era aprender a comer. Depois de se consultar com uma nutricionista e ter acesso a planos alimentares individualizados, ele se matriculou na academia de ginástica, dando seguimento a uma rotina mais saudável. Após dois anos na musculação, o universitário já tinha conquistado uma perda significativa de peso e migrou para o crossfit, onde se encontrou. Este ano, inclusive, foi o melhor da sua box na categoria scale do Open 2019.
“O foco não sai de um mês para o outro. Eu estou nesse processo de reeducação há mais de três anos. Depois do crossfit, eu criei a consciência, a maturidade, de que não vai ser uma barra de chocolate que eu comer em um mês que vai me engordar”
Arthur de Luca, universitário e crossfiter
Desde que mudou verdadeiramente os hábitos, Arthur eliminou 40 quilos, baixou drasticamente o percentual de gordura e ganhou em qualidade de vida. Foi totalmente transformado por um processo que envolve autoconhecimento e a certeza de quem ele não quer mais ser.