Desde outubro de 2018 tramitava uma briga judicial pelo direito à reprodução do texto de José Pimentel d'A Paixão de Cristo do Recife. O diretor e ator, que encenou a peça entre 1997 e 2017, faleceu em outubro de 2018 e foi logo após sua morte que o desentendimento e a via crucis entre a família Pimentel e seus ex-companheiros da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) começou.
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Nesta quarta-feira (17), o advogado da família anunciou que oficialmente a obra não pode ser reproduzida, comentada ou "utilizada como forma de angariar patrocínio" sem a autorização da família. A sentença ocorreu no último mês de março mas aguardava-se o trânsito em julgado. Agora, não cabe mais recursos.
"Hoje, com a sentença procedente, e o trânsito em julgado da ação, o reconhecimento da autoria de sua obra foi perpetuada na história. Tenho convicção de que Pimentel, onde estiver, está muito feliz, e nós orgulhosos do êxito obtido, pois combatemos o bom combate, e fomos vencedores", afirma o advogado Rodrigo Scholz.
A Paixão de Cristo do Recife foi encenada entre 1997 e 2017 com Pimentel no papel de Jesus. Após sua morte, o produtor Paulo de Castro, que por anos encabeçou o projeto d'A Paixão de Cristo do Recife, decidiu mostrar a versão de Pimental do espetáculo. Mas a família de Pimentel não compactuou e moveu uma ação contra Paulo, a Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), Pedro de Lima Castro e Antonio Xavier Pires, outros dois produtores. A partir daí, houve a mudança de Paulo de Castro para encenar uma outra versão, que seria homenagem a José Pimentel.
Em 2019, a Apacepe e a família de José Pimentel passaram a disputar o espaço do Marco Zero, local onde tradicionalmente ocorre a encenação, para suas respectivas peças. A decisão da Prefeitura do Recife, em abril do ano passado, foi que o espaço seria ocupado pelo espetáculo da Apacepe, intitulado Jesus, a Luz do Mundo – A Nova Paixão do Recife, em que o ator Bruno Garcia interpretou Jesus.