Meghan Markle revela que sofreu aborto espontâneo em julho

A ex-atriz de 39 anos afirma que sofrer um aborto espontâneo é uma "dor insuportável"
AFP
Publicado em 25/11/2020 às 9:26
Palácio de Buckingham manifestou em um comunicado sua "preocupação" pelas acusações apresentadas contra Meghan Foto: AFP


Meghan Markle, esposa do príncipe Harry, revelou que sofreu um aborto natural em julho, em um artigo de opinião publicado nesta quarta-feira no jornal New York Times, no qual aborda o grande sofrimento e luto enfrentado pelo casal. Meghan e Harry tiveram o primeiro filho, Archie, em maio de 2019.

"Eu sabia, enquanto segurava meu primeiro filho, que estava perdendo meu segundo", escreveu a duquesa de Sussex, que se casou em 2018 com o príncipe Harry, sexto na linha de sucessão à coroa britânica.

No texto publicado no New York Times, Meghan escreve que havia acabado de trocar a fralda do filho quando sentiu uma forte cãibra e caiu no chão.

A ex-atriz de 39 anos afirma que sofrer um aborto espontâneo é uma "dor insuportável" e que o tema continua sendo um "tabu, impregnado de vergonha (injustificável), que perpetua um ciclo de luto solitário".

No texto, ela também menciona temas como a pandemia de coronavírus, o movimento de protesto Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e a recente turbulência eleitoral nos Estados Unidos, para oferecer no fim uma mensagem de esperança. "Pela primeira vez, em muito tempo, estamos realmente vendo uns aos outros", escreveu.

Markle - filha de mãe negra - também comenta a morte dos afro-americanos Breonna Taylor e George Floyd durante ações policiais. "A perda e a dor invadiram cada um de nós em 2020, em momentos tensos e debilitantes".

A coluna foi publicada no momento em que o casal trava uma batalha contra vários meios de comunicação, acusados de violarem sua privacidade.

Markle afirma que a Associated Newspapers - que edita os jornais britânicos Mail Online, Daily Mail e sua versão dominical Mail on Sunday - violou sua privacidade com a publicação de trechos de uma carta direcionada a seu pai, Thomas Markle, em agosto de 2018, antes do casamento com Harry.

Após sua saída da família real, anunciada em janeiro e que se tornou efetiva em abril, Meghan e Harry se mudaram em um primeiro momento para o Canadá e pouco depois para a Califórnia (costa oeste dos Estados Unidos).

O afastamento aconteceu depois da divulgação de informações de que Markle era muito infeliz com a vida na família real e estava cansada da invasão de parte da imprensa.

Harry, por sua vez, foi alvo dos tabloides durante toda sua vida e culpa estas publicações pela morte de sua mãe, a princesa Diana.

O casal, no entanto, assinou um acordo de exclusividade para uma produção da Netflix por um valor que não foi revelado.

Na coluna, Meghan Markle comenta que em julho ela entendeu - enquanto era confortada pelo marido no hospital após o aborto - que "a única forma de começar a se curar é perguntar primeiro: 'Você está bem?'".

Entre 10% e 15% gestações conhecidas terminam em aborto espontâneo, de acordo com a organização americana March of Dimes.

"Algumas compartilharam de maneira corajosa suas histórias; elas abriram a porta, sabendo que quando uma pessoa fala a verdade, isso permite a todos nós fazermos o mesmo", escreveu Markle.

Organizações de caridade britânicas que ajudam famílias a passar por abortos celebraram o fato de Markle falar sobre sua perda.

"Simplesmente aplaudo Meghan por mostrar a coragem necessária para compartilhar sua história de forma tão bonita e eloquente", disse Zoe Clark-Coates, diretora da organização Mariposa Trust, que ajuda pessoas que sofreram abortos ou que perderam um filho.

"Dà às pessoas um vislumbre de um problema que geralmente não é discutido ou trazido à tona", continuou Clark-Coates.

A decisão de Markle de utilizar o New York Times para falar sobre o aborto lembra a coluna de 2013 em que a atriz Angelina Jolie revelou a decisão de passar por uma mastectomia dupla preventiva.

Jolie, que na época ainda era casada com o ator Brad Pitt, afirmou que decidiu revelar sua decisão ao público porque "espero que outras mulheres possam se beneficiar da minha experiência".

TAGS
cultura mãe cultura
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory