O The Voice+, da TV Globo, entrou na segunda fase no último domingo (14). Nesta primeira temporada do reality musical voltado para cantores acima de 65 anos — e apresentado por André Marques —, Pernambuco é representado por três vozes: os recifenses Geraldo Maia e Tereza Cristina, além de Ceiça Moreno, de Moreno, na Região Metropolitana.
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O Jornal do Commercio conversou por telefone com as duas participantes. Tereza Cristina, integrante do Time Mumuzinho, falou do quão feliz está por levar seu samba para o programa. "O The Voice me deu uma chance que vou agradecer pelo resto da vida", conta ela, emocionada. "Porque a gente, na vida, luta muito para ter o nosso trabalho reconhecido. E onde eu cantava algumas pessoas duvidavam de que eu era pernambucana [por causa do seu sotaque]. Cantores famosos daqui, inclusive. Mas o meu lugar ao sol apareceu agora, com 64 anos. Eu nunca tive chances assim, e também não podia", desabafa.
Representante do Time Claudia Leitte, Ceiça Moreno, de 74 anos, teve a oportunidade de levar sua sanfona e tocar um forró no palco do reality musical na fase de Audição às Cegas. Sua participação no Tira-Teima, inclusive, vai ao ar já neste domingo (21), junto com a de Geraldo Maia. Nesta fase, três artistas de um mesmo time se apresentam — dois deles são salvos e um deixa a competição.
"Eu estou muito feliz, mas tive medo no primeiro momento. Sou acostumada a participar de encontros de pé-de-serra; toco em missas, casamentos, faço festejos juninos pela Fundarpe e para as prefeituras de algumas cidades. Já toquei em palcos, no meio da rua, e até no Festival de Inverno de Garanhuns", enumera Ceiça, que completa: "Mas, ao pisar no palco do The Voice, achei que estava atingindo o mundo! Senti tanto medo que você não pode imaginar! (risos) Depois, a gente se sente gratificada por essa oportunidade".
Com quase 28 anos cantando em igrejas do Bairro do Recife, no Poço da Panela e em San Martin, onde mora, Tereza Cristina tem se permitido explorar outras vertentes musicais há nove anos. Viúva de um músico do Maestro Nunes, ela canta no bloco lírico Bohemios da Boa Vista e foi apresentada às rodas de samba há seis anos, quando foi chamada por outra cantora e amiga, Gerlane Gel. "Eu sou dona do meu nariz há nove anos. E eu vi que não tinha mais nada a perder, nem dar satisfação a ninguém. Agora, vou à luta e seja o que Deus quiser! O programa tem sido importante para mim e para muitas pessoas da minha idade, e até de mais idade".
Já Ceiça tem história com a música desde pequena. Iniciando aos quatro anos, quando seu tio a levou para cantar numa roda de amigos. Aos sete, começou a estudar sanfona. Apesar da estrada, a forrozeira tem gostado do reconhecimento após a sua primeira aparição no reality. "Nessa pandemia, não estamos saindo de casa. Só quando necessário. Mesmo nesses momentos, uma vez ou outra, tenho sido reconhecida. Os amigos me ligam e muita gente fala comigo no Instagram. Até pessoas de outros estados mandam mensagens dizendo que gostaram da minha voz. Isso é gratificante! Até de fora do Brasil tem vindo mensagens e comentários", diz.
Contando com a torcida do público pernambucano e até de outros lugares fora do Estado e do País, Tereza Cristina e Ceiça Moreno fazem planos com a vitrine conquistada no The Voice+.
"Eu vou deixar tudo nas mãos do Senhor. Eu sou um instrumento na mão Dele. Onde ele me mandar, eu vou. Se eu tiver a oportunidade de trabalhar com música, gostaria muito de uma carreira artística", elabora Tereza.
"Quero viver da minha arte de forma mais plena, como todo o artista sonha. Está certo que minha idade já não me permite fazer tantos shows, mas cantar por aí, com minha sanfona amada e um quarteto que me acompanhe, seria incrível", projeta Ceiça.