Ao contemplar fotos do álbum de família, o escritor Bernardo Brayner teve a ideia de escrever um livro inspirado naqueles registros. Porém, lhe interessava menos o caráter documental que aquelas imagens carregavam do que as possibilidades de fabulação que elas lhe instigavam. Desse processo nasceu o romance Bicho Geográfico (R$20, livro impresso, R$8, e-book), editado pela Cepe Editora com apoio do Funcultura.
O livro é lançado no 2 de junho, às 19h, em live no canal da Cepe Editora no YouTube, com participação do autor, do professor de Letras da UFBA, Antonio Marcos Pereira, e mediação do editor do jornal literário Pernambuco (Cepe), Schneider Carpeggiani.
Um dos pontos que instigou Bernardo Brayner a desenvolver a obra foi a percepção de que vários momentos de sua infância eram marcados por ausências de recordações. Mas, ao invés de tentar recuperar essas vivências pelo factual, ele se lançou no exercício de imaginar possibilidades para aqueles eventos e as emoções que eles acionavam.
Ao longo de quatro meses escrevendo à noite e escolhendo fotos, o autor concebeu o que ele define como um memorial. Várias dessas imagens estão presentes na obra e ajudam a criar o labirinto de fabulação proposto pelo escritor, conduzindo o leitor por um jogo em que real e ficção são tensionados o tempo todo
Outros temas que atravessam o romance são a passagem do tempo, morte, velhice e sonho. Eles evocam uma dimensão pessoal, íntima, ao mesmo tempo em que incitam reflexões sobre a relação do Brasil com a memória e seu apagamento.
Além de Bicho Geográfico, Bernardo Brayner é autor de Um Animal Estranho, Nunca Vi as Margens do Rio Ybbs, entre outros.