A cena musical brasileira perdeu, na madrugada desta segunda-feira (23), um grande nome: o guitarrista pernambucano Paulo Rafael, aos 66 anos. Apesar das complicações causadas por um câncer no fígado, terem tirado sua vida, não foram capazes de levar o legado de um dos maiores instrumentistas do País e parceiro de trabalho durante 46 anos de Alceu Valença, com quem também cultivava uma longeva amizade.
Nascido na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o artista deixa a esposa, Cláudia, a filha, Rafaela, e uma neta, Júlia.
Além de guitarrista, Paulo Rafael foi um compositor e produtor. Com cerca de 48 anos de estrada, o músico fez parte de projetos como Phetus (com Lailson e Zé da Flauta), depois com o Ave Sangria, Rútila Máquina (com Tonia Schubert e Márcio Lomiranda), trilhas sonoras, e com o projeto Primavera nos Dentes (Charlie Gavin, Duda Brack, Felipe Ventura e Pedro Coelho).
Ele gravou três discos solo, Orange (1992), Vagalume (1995) e Alado (2010). Atualmente, participava com guitarra e viola da gravação do terceiro álbum de 2021 de Alceu.
Com a Ave Sangria, que tocou entre 1973 a 1974, influenciou diversos músicos do país, na única banda do chamado udigrúdi pernambucano que conseguiu chegar a uma grande gravadora do Sudeste, no caso, a Continental, pela qual lançou um álbum, para terminar depois de dois shows no Teatro de Santa Isabel, em dezembro de 1974.
Em fevereiro de 2020, Paulo Rafael tocou com a Ave Sangria no Festival Porto Musical, na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, centro da capital pernambucana.
Luto
Nas redes sociais do artista, a filha de Paulo Rafael, Rafaela, comunicou "com profunda tristeza" que o pai, "nosso amigo, lendário guitarrista e amor da vida da minha mãe levantou voo. Depois de uma longa batalha contra um câncer nosso guerreiro descansou". Ela informou, ainda, que o velório acontecerá no Cemitério da Penitência, na capela 8, às 11h15, e a cerimônia de cremação às 13h15, no Rio de Janeiro.
Ver essa foto no Instagram