Com Estadão Conteúdo
Eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) esperam novo pronunciamento dele nesta quarta-feira (9). Segundo publicação do deputado federal eleito André Fernandes (PL-CE) no Twitter, o atual chefe do Planalto pode falar após o Ministério da Defesa encaminhar o relatório sobre a fiscalização do sistema eleitoral ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Até o momento, não há confirmação de que Bolsonaro fará nova declaração pública. Caso o presidente fale, o pronunciamento deve ser transmitido por canais da TV aberta como Globo, SBT e Record.
>>> Veja o que diz PL sobre novo pronunciamento de Bolsonaro
Relatório das Forças Armadas
As Forças Armadas começaram a acompanhar o processo eleitoral a pedido de Bolsonaro. Durante a campanha, Bolsonaro chegou a afirmar que "algo de anormal" teria ocorrido no TSE caso não fosse reeleito no primeiro turno, com 60% dos votos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderou a votação, com Bolsonaro em segundo lugar.
Lula venceu Bolsonaro no 2º turno por uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos.
Após o resultado, ao ser perguntado sobre o sistema eleitoral, o presidente disse que iria aguardar o parecer das Forças Armadas.
Protestos bolsonaristas em diversas capitais
Desde o fim do 2º turno, apoiadores de Bolsonaro têm feito atos antidemocráticos na porta de quartéis militares. Inconformados com o resultado das eleições e vestidos de verde e amarelo, eles pedem "intervenção federal" aos militares, em ações por diversas capitais do País.
Durante os atos, os apoiadores têm citado o artigo 142 da Constituição para embasar contestar resultado das urnas. Juristas afirmam que não há respaldo legal para tal interpretação. O trecho da Carta apenas versa sobre a função das Forças Armadas no País.
Alexandre de Moraes classificou os manifestantes bolsonaristas que participam dos atos como criminosos e antidemocráticos. Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral vai apurar os responsáveis por essas manifestações de viés golpista e os responsabilizará por crimes contra o estado de direito.
Suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas
Bolsonaro levantou suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas com frequência durante seu mandato.
Quatro dias antes do 1º turno, o PL, partido do presidente divulgou um documento em que apontava, sem nenhum tipo de evidência, que as urnas eletrônicas podiam ser fraudadas por servidores do TSE.
No documento intitulado "Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE", a sigla repetiu acusações constantemente feitas por Bolsonaro.
Na sexta-feira (4), uma live feita por um canal argentino divulgou um dossiê apócrifo sobre supostas fraudes nas eleições brasileiras.
O conteúdo é repleto de informações falsas e já está sendo usado por aliados do presidente Jair Bolsonaro para levantar dúvidas sobre o resultado das eleições.
A apresentação do dossiê foi publicada pelo canal La Derecha Diário, controlado por Fernando Cerimedo. Ele mesmo se encarregou de apresentar as informações falsas à audiência. Cerimedo é apoiador da família do presidente Bolsonaro e recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Bueno Aires no dia 13 de outubro, pouco antes do segundo turno das eleições.
O principal argumento apresentado no vídeo é de que cinco modelos de urnas eletrônicas usadas na eleição deste ano registraram mais votos para Lula do que para Bolsonaro. Esses modelos, diz o dossiê, não teriam sido submetidos a teste de segurança.
Apenas a urna 2020 teria passado pelo crivo de peritos de universidades federais e das Forças Armadas. Essa informação é falsa porque todos os modelos da urna já tinham sido submetido a teste.