Clássico do "true crime" no Brasil, o Linha Direta volta à TV Globo nesta quinta-feira (4). Com Pedro Bial, a versão repaginada trará inovações tecnológicas, com a apresentação de laudos de perícia em 3D e a inclusão de imagens de vídeos de câmeras de segurança e captadas por celular, que auxiliam no entendimento da cronologia dos fatos.
A cada programa, temáticas são abordadas através dos casos mostrados, entre elas: feminicídio, violência contra crianças, racismo, LGBTfobia, golpes virtuais, com o viés da prestação de serviço, provocando a reflexão sobre esses assuntos.
O conteúdo investigativo, marca da atração, é o fio condutor da produção. Em um formato documental, o formato incluirá simulações, apuração e entrevistas conduzidas por Bial no estúdio com parentes de vítimas e figuras-chave das investigações, trazendo importantes elementos e percepções através de seus depoimentos.
O caráter social também está presente através da divulgação dos canais de denúncia, como o telefone 181, de qualquer lugar do Brasil, e o Disque Denúncia local de cada Estado para que a população ajude as autoridades com informações que levem à localização de foragidos da Justiça, com a garantia do sigilo da identidade. Abaixo, Pedro Bial fala sobre a expectativa em entrevista à Comunicação da TV Globo.
ENTREVISTA COM PEDRO BIAL
Quais serão as novidades e temáticas do programa?
Estamos experimentando formatos que estejam mais antenados com os dias de hoje. Em cada um dos programas teremos temáticas muito relevantes como feminicídio, violência contra crianças, LGBTfobia, racismo, entre muitos outros. Às vezes, são casos que estão em andamento, então, esse é o formato preferencial: um caso concluído e um caso em aberto. O segundo caso, em aberto, é que pedimos ajuda do público para que através dos canais de denúncia ajude a localizar foragidos da Justiça. Também vamos entrevistar no programa pessoas chave dos casos, sejam elas parentes ou especialistas, e teremos também a participação de profissionais da nossa própria equipe de roteiristas, que trabalharam na apuração das histórias.
Qual é o desafio de buscar a memória afetiva daquelas pessoas que já gostavam do programa nos anos 1990/2000 e agora também conquistar um novo público?
O programa tem um tipo de abordagem e troca com o público no passado e ficou identificado por isso. Ao mesmo tempo, agora temos que apresentá-lo ao público que nunca viu, ou que era muito novo quando ele foi exibido. O ‘true crime’, o crime verdadeiro, é febre mundial. Além disso, essa hiper conexão que a gente vive hoje ainda não tinha se consolidado naquela época, e isso também tem implicações e consequências na nossa linguagem. Hoje em dia é muito difícil qualquer coisa acontecer numa grande cidade sem que tenha sido captada por duas ou três câmeras de segurança, ou por alguém com celular filmando o momento. Isso tudo determina a investigação, os registros e a linguagem do programa.
Além da apresentação na TV Globo, o 'Linha Direta' também terá um podcast próprio, o ‘Podcast Linha Direta’. Como será o formato?
O podcast não vai ser simplesmente uma versão em áudio do programa que foi ao ar na televisão. Vai ser um outro produto e com a linguagem do podcast, com tudo isso que se espera de um podcast, com vários bastidores. Se muitas vezes na televisão, devido ao tempo e ao formato, você apresenta uma entrevista que a gente conseguiu através de muito esforço, no podcast a gente vai contar a história de todo esse trabalho, de como essa entrevista foi realizada e como chegamos aos personagens. No podcast tem um espaço para aprofundar. É mais que um desdobramento.
Como está a sua expectativa para a estreia do programa?
A gente gostaria de corresponder àqueles que buscam ou vão buscar naturalmente reviver alguma lembrança ou memória daquele antigo 'Linha Direta' que, no entanto, não será o mesmo. Ainda assim, a gente quer trazer, respeitar, buscar e atender a esse desejo de reviver como também quer propor, desafiar e provocar reflexões, já que tudo mudou muito nesses quase 16 anos em que o programa ficou fora do ar. Agora queremos convidar o público a investigar e explorar com a gente os meandros de grandes casos criminais que mobilizaram toda a sociedade brasileira.