O Agosto Dourado é um mês dedicado à conscientização e promoção do aleitamento materno, um pilar essencial para o desenvolvimento saudável dos bebês e para o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.
No entanto, amamentar nem sempre é um processo fácil para as mães, que podem enfrentar desafios como dificuldade na pega, dor e até lesões. Esses obstáculos podem tornar a amamentação um momento frustrante, especialmente para as mães de primeira viagem.
Nesse contexto, contar com informações claras e orientação profissional faz toda a diferença para que a amamentação se torne uma experiência mais tranquila e prazerosa.
A enfermeira obstetra e consultora em aleitamento Márcia Regina da Silva, da Maternidade São Luiz Star, da Rede D’Or, destaca a importância de testar diferentes posições de amamentação para encontrar a que melhor se adapta à dupla mãe-bebê.
Segundo a especialista, o conforto de ambos é essencial para que o processo ocorra de forma harmoniosa e eficiente.
"Informação também é uma forma de apoio, pois ajuda a mãe a superar os desafios e seguir amamentando. É importante ter em mente que esse é um processo de aprendizado contínuo e individualizado, então a tendência é que, aos poucos, a mãe vá se adaptando e ficando mais autônoma e efetiva na mamada", explica Márcia Regina.
A seguir, veja as quatro posições mais recomendadas para amamentar e como realizá-las corretamente.
1. Posição tradicional
A posição tradicional, também chamada de posição de colo, é a mais conhecida entre as mães. Nela, o bebê é posicionado de frente para a mãe, com a barriga encostada na barriga dela.
"A cabeça do bebê deve ficar próxima à dobra do cotovelo, enquanto o corpo fica alinhado com o da mãe. Dessa forma, ele consegue abocanhar o máximo possível da aréola inferior", orienta a especialista.
Essa posição é ideal para a maioria das mães e proporciona uma experiência de amamentação confortável e segura.
2. Posição de apoio cruzado
Essa posição é bastante útil para garantir uma pega correta e oferecer melhor controle ao posicionar o bebê. Na posição de apoio cruzado, a mãe segura a nuca do bebê com uma mão e sustenta o corpo dele com o antebraço, enquanto oferece o seio com a outra mão.
"Se o peito direito é oferecido, a mãe utiliza a mão esquerda para segurar o bebê. É uma boa opção para alternar a pega e garantir um esvaziamento completo da mama", destaca Márcia Regina.
3. Posição invertida
A posição invertida é recomendada para bebês mais sonolentos ou para mães que ainda não se adaptaram às posições tradicionais.
Nesse caso, o bebê é posicionado debaixo do braço da mãe, como se fosse uma "bola de futebol", com a cabeça apoiada na mão da mãe e o corpo no antebraço.
"Essa posição mantém o bebê mais desperto e permite que ele alcance os quadrantes da mama que, em outras posições, poderiam ficar menos estimulados", explica a enfermeira.
4. Posição cavaleiro
Também conhecida como posição de cavalinho, essa técnica é especialmente indicada para bebês que tendem a ficar sonolentos durante a amamentação.
Nela, o bebê é posicionado sentado no colo da mãe, de frente para o seio, com apoio na nuca. "Essa postura ajuda o bebê a manter o foco na amamentação e facilita a pega correta, garantindo uma mamada mais eficiente", orienta Márcia Regina.
Como escolher a melhor posição para amamentar?
A preparação para a amamentação idealmente começa ainda na gestação, com a busca por informações, participação em grupos de apoio e orientações de profissionais de saúde.
Conhecer diferentes posições e variar durante a amamentação é benéfico para a mãe e o bebê, pois ajuda a evitar fissuras e favorece o esvaziamento completo das mamas.
"Alternar as posições evita que a criança pegue sempre no mesmo ponto e garante um esvaziamento uniforme da mama", explica a enfermeira.
No entanto, no início, o mais importante é que a mãe encontre uma posição confortável e segura antes de experimentar outras alternativas.
"Caso tenha dificuldades, busque ajuda profissional, informações de qualidade e aceite o apoio de amigos e familiares. Lembre-se de que amamentar é um processo de aprendizado, e não precisa ser perfeito logo de início", conclui Márcia Regina da Silva.