CINEMA

Gramado abre seu 50º festival

Catorze filmes concorrem na edição, que exibirá títulos no Canal Brasil

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JC

Publicado em 12/08/2022 às 0:05
A MÃE Marcélia Cartaxo interpreta uma nordestina que vive na periferia de SP e é camelô - DIVULGAÇÃO

Por Luiz Carlos Merten, da Agência Estado

Quando a atriz paraibana Marcélia Cartaxo e o diretor Cristiano Burlan subirem ao palco do Cine Embaixador, o Palácio dos Festivais de Gramado, para a apresentação de A Mãe, será difícil segurar a emoção. Nesta sexta-feira (12) estará começando o 50º Festival de Gramado.

Em 1972, o primeiro festival surgiu na sequência de uma pioneira Semana de Cinema Brasileiro. Consagrou Arnaldo Jabor e Darlene Glória por Toda Nudez Será Castigada. Na serra gaúcha ecoou o nuevo tango de Astor Piazzolla. Naquele tempo, o festival ocorria no começo do ano, com as hortênsias em flor. Gramado — o festival — veio para o inverno. Começa com um filme especial.

Mães que procuram os filhos desaparecidos. Burlan perdeu a mãe e o irmão, vítimas da violência. Transformou a dor em grande cinema. Na sequência de A Mãe, virão a premiação da atriz gaúcha Araci Esteves — a Anahy de las Misiones — com o troféu Cidade de Gramado e o primeiro concorrente latino, o peruano La Pampa, de Dorian Fernández-Moris.

Depois de dois anos online, o festival retorna agora híbrido. Às 20h, o Canal Brasil vai transmitir Ademã — A Vida e as Notas de Ibrahim Sued, dirigido por Isabel Perrin e Paulo Henrique Fontenelle. Haverá sempre sessões nesse horário.

SETE

Em sua 50ª edição, um marco de longevidade, o festival apresenta sete filmes na competição brasileira. Além de A Mãe, A Porta ao Lado, de Júlia Rezende; Marte Um, de Gabriel Martins; Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho; O Clube dos Anjos, de Angelo Defanti; O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte, e Tinnitus, de Gregório Graziozi.

No começo dos anos 1990, no governo Collor, o desmantelamento das estruturas de produção e distribuição levou o festival a se abrir para a produção latina, para continuar sobrevivendo. Com o tempo, as competições brasileira e latina passaram a coexistir.

A mostra estrangeira deste ano também terá sete longas. Será ibero-americana. Além de La Pampa, concorrerão aos troféus Kikito — 9, de Martin Barrenechea e Nicolás Branca; Cuando Oscurece, de Néstor Mazzini (ambos coproduções argentino-uruguaias); El Camino del Sol, de Claudia Sainte-Luce, do México; Imersión, de Nicolas Postiglione, coprodução chileno-mexicana; La Boda de Rosa, de Iciar Bolain, da Espanha; e O Último Animal, de Leonel Vieira, coprodução entre Portugal e Brasil.

O festival prestará homenagens a Marcos Palmeira, que receberá o Troféu Oscarito. Só para lembrar, ele já venceu o Kikito de melhor coadjuvante em 1988, por Dedé Mamata, de Rodolfo Brandão.

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