Os bancos vão parar por conta do coronavírus?

Federação Brasileira de Bancos (Febraban) esclarece possíveis mudanças no funcionamento das instituições financeiras
Maria Lígia Barros
Publicado em 18/03/2020 às 16:24
A greve foi acordada durante assembleia virtual do sindicato e contou com a adesão de 87% dos trabalhadores Foto: Foto: Agência Brasil


Atualizada em 19/03/2020, às 15h50

Apesar de a pandemia do novo coronavírus vir afetando o setor dos serviços, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não enviou recomendações para interromper totalmente a atividade bancária no País. A entidade deliberou que as agências poderão reorganizar ou escalonar os atendimentos internos, podendo analisar com base no fluxo de pessoas e na característica da unidade. Em contrapartida, nesta quarta-feira (19), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco protocolou ao Governo do Estado um pedido de suspensão do funcionamento de todos os bancos públicos e privados. O documento ainda passará por análise do governador.

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Em nota, a Febraban disse que “o setor segue procedimentos previstos na legislação bem como práticas internacionais, em que os bancos foram considerados atividades essenciais, como saúde e segurança, e não tiveram seu funcionamento interrompido”, justificou.

Em reunião nessa terça-feira (17), a Febraban definiu as medidas para resguardar clientes e funcionários durante a crise global. Entre as ações, a Federação destacou a adoção de esquema home office para os bancários e de novos protocolos de higiene nas agências.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, no entanto, acredita que ainda não é suficiente. "As ações foram importantes, mas não foram suficientes ante a gravidade e rapidez da proliferação do coronavírus", defendeu a presidenta Suzi Rodrigues.

Rodrigues explicou que, se o pedido da classe for aprovado, a adoção não será imediata. “Esta é uma solicitação da gente ao governador. E mesmo que ele decida (por acatar), vai dizer a partir de quando e qual as condições para o banco continuar atendendo. Claro que as pessoas não vão ficar sem dinheiro. A gente tem caixas 24h, internet banking, acesso pelo telefone celular, dá para fazer tudo hoje com o cartão”, tranquilizou.

“Os bancos vão ter que criar uma estratégia de contingenciamento e não deixar de oferecer atendimento. Não pode ficar como está, com os bancários e clientes em situação de vulnerabilidade”, defendeu.

Panorama aumenta fluxo de pessoas nas agências

De acordo com Rodrigues, a situação se agrava porque está havendo uma procura maior nas agências. “As pessoas estão achando que a calamidade pode aumentar e está todo mundo correndo para o banco. Se não bastasse, teve a informação que a partir de hoje (quarta) pode sacar o PIS”, contou.

Com isso, estão formando-se filas do lado de fora das agências, já que as recomendações da Federação nacional solicitam que os bancos evitem que haja grandes concentrações de pessoas dentro das agências.

“A gente está pedindo ao povo que fique em casa. Se você está sem dinheiro e tem a chance de pegar hoje, tudo bem. Mas se pode esperar, por favor, espere”, pediu. “Isso tem nos deixado preocupados porque pode ser um espaço de transmissão. É um ambiente fechado, local de grande aglomeração, onde circula muita gente.”

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Veja o mapa de casos

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