Não há risco de desabastecimento de alimentos em Pernambuco devido à pandemia causada pelo novo coronavírus. Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o presidente do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), Gustavo Melo, garantiu que a distribuição dos alimentos continua normal e que cerca de 65 mil pessoas passam pelo Centro, que fica no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, diariamente.
"O abastecimento continua, não existe nenhum tipo de perigo de desabastecimento e isso a gente está olhando com muito cuidado. A gente está participando do comitê de monitoramento com todas as entidades ligadas ao abastecimento alimentar, os supermercados, as indústrias. São ações diárias que a gente está fazendo", disse o presidente. Segundo ele, o Ceasa é responsável pela alimentação de 60% dos pernambucanos.
Ele conta que está orientando os 1.350 comerciantes para higienizar as mãos e, principalmente, os alimentos, mas que a movimentação no Ceasa, que é o quarto maior centro de abastecimento do país, continua normal. "Em algum momento vai ter impacto. Temos restaurantes e hotéis como clientes. Com a diminuição da operação desses segmentos, certamente vai ter uma baixa na economia nos próximos meses. Sobretudo hortifrúti. O que a gente tem hoje foi plantado há três meses, não vai faltar. O que a gente pode ter é um problema de escoamento, porque o consumo vai diminuir com o fechamento dos restaurantes e hotéis", completa o presidente.
Gustavo Melo declara que tem percebido uma diferença na atitude dos clientes, que tentar permanecer o mínimo de tempo possível no Ceasa e estão indo em horários de menor fluxo de pessoas. "Temos orientado os comerciantes, reforçamos a higienização nos banheiros. Orientamos os comerciantes a liberarem os trabalhadores com mais de 60 anos ou na faixa de risco", declara. O presidente explica que o cenário visto no Ceasa em Pernambuco é nacional. "Está todo mundo na mesma situação. Por enquanto, a gente continua operando e abastecendo normalmente", completa.
Foi criado nessa quarta-feira (18), um comitê especial com a participação de entidades representativas do governo do estado, da indústria e do comércio em Pernambuco para garantir que a logística de fornecimento dos produtos siga dentro da normalidade, desde a indústria, ou produtor rural, até os pontos de venda ao consumidor.
“A ideia é que, neste cenário complicado para a economia, não haja risco de desabastecimento. Os diversos setores irão trocar informações para que qualquer gargalo no abastecimento seja resolvido antes de se tornar um problema”, afirmou o secretário estadual de desenvolvimento econômico, Bruno Schwambach,
O grupo de trabalho será comandado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, juntamente com as secretarias de Planejamento e Gestão, de Desenvolvimento Agrário e de Trabalho, Emprego e Qualificação. Representando o setor privado, estão a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-PE), a Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), a Associação Pernambucana de Supermercados (Apes) e a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife).
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China.
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
O período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse no dia 11 de março que a epidemia de Covid-19, que infectou mais de 110.000 pessoas em todo mundo desde o final de dezembro, pode ser considerada uma pandemia.
"Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de propagação e de gravidade, bem como com os níveis alarmantes de inação" no mundo, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra.
"Consideramos, então, que a Covid-19 pode ser caracterizada como uma pandemia", afirmou.