Enquadrado como comércio essencial, o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) permanece aberto, de segunda a sábado, com horário reduzido das 3h às 15h, e vem tomando medidas de combate à disseminação do novo coronavírus. Uma das ações é a aferição da temperatura corporal de comerciantes e clientes, desde segunda-feira (27). Na entrada e dentro do Ceasa, um termômetro à laser é direcionado para a testa das pessoas e, caso esta apresente temperatura de 37,5º ou mais, é proibida de entrar ou orientada a procurar um posto médico. À reportagem, a assessoria de imprensa do Ceasa garantiu que esta e outras medidas não atrapalham o abastecimento nem as vendas do centro de distribuição.
O mecânico Ademir Ribeiro teve a temperatura testada logo na entrada, e aprovou a iniciativa. "Muito bom, porque prevenção nunca é demais. É sempre bom a gente saber o que está acontecendo com a nossa saúde".
Em entrevista para a Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (30), o presidente do Ceasa, Gustavo Melo, afirmou que a aferição de temperatura foi um dos fatores que provocou extenso engarrafamento na BR-101, no Curado, Zona Oeste do Recife, no entorno do Ceasa, entre as 5h e 8h30 da manhã desta quinta, dia de semana historicamente com mais movimento. "Uma das ações que a gente tem feito desde a última segunda, o que impacta também na lentidão da entrada dos caminhões maiores, é que a gente está aferindo a temperatura temporal de todo mundo que entra".
O presidente do centro também pontuou como causa do trânsito a procura por preços baixos. "Diante da crise financeira, é natural que a população corra para onde tem o preço mais barato", disse Gustavo Melo.
O presidente do Ceasa listou uma série de cuidados que foram implementados no centro de distribuição desde a chegada da pandemia em Pernambuco. Confira:
O gestor frisou que, diferentemente dos supermercados, que, segundo ele, têm entre 100 e 200 colaboradores, o Ceasa conta com cerca de 20 mil comerciantes e um fluxo de 65 mil clientes por dia, e que precisou se adaptar a esta realidade, mas que as medidas apontadas têm surtido efeito. Nas lojas e supermercados locados dentro do centro, foi feita uma limitação na entrada de pessoas.
"Aqui tem um supermercado grande, nele tem limitação. Quando tem loja física, grande e fechada, tem limitação. Agora, a gente tem galpões abertos, onde não tem como limitar a entrada da população. Primeiro a gente tem um decréscimo de pessoas, [o que demonstra que] a campanha de conscientização tem surtido efeito, [porque] está entrando menos gente no Ceasa".
A assessoria do Ceasa diz não haver possibilidade de desabastecimento de alimentos no centro e que o fluxo de pessoas diminuiu em torno de 10%, mas que as vendas não sofreram queda desde a chegada da covid-19 no Estado. O Centro relaciona a diminuição de clientes às orientações que vêm sendo dadas, por exemplo, que idosos e crianças não sejam levados para o local e que apenas uma pessoa da família faça as compras.
O Ceasa também expõe que não está acontecendo um aumento de alimentos descartados. A assessoria informou ao JC que o descarte que acontece hoje é o mesmo do dia-a-dia sem restrições por causa do coronavírus, e que não existe um descarte de mercadorias por queda nas vendas.
O presidente lembrou que o Ceasa está fechado nesta sexta-feira, 1º de maio, dia do trabalhador, com intenção de diminuir o fluxo de pessoas. "Historicamente, o Ceasa não fecha no dia 1º de maio, mas neste ano a gente adotou que amanhã iria fechar,porque é melhor entrar 5 mil carros a mais hoje, do que entrarde 10 a 15mil amanhã, é uma forma até da gente diminuir o fluxo de pessoas".