Questionado por parlamentares sobre a possibilidade de emissão de moeda para combater a crise do novo coronavírus, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu que "sim".
"Bom, economista não tem que ter dogma, é muito fácil fazer inversão de marcha. Se cairmos em uma armadilha de liquidez, em um cenário de inflação zero, o Banco Central pode sim emitir muita moeda e comprar dívida interna. Pode monetizar a dívida, sem gerar impacto inflacionário", afirmou, em audiência pública da Comissão Mista do Congresso que acompanha as medidas relacionadas ao novo coronavírus.
Em entrevista a uma rádio na última quarta-feira, 29, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a impressão de moeda para que as pessoas possam ficar em casa durante a pandemia. Para ele, a medida não traria risco à inflação pela falta de demanda na economia.
A ideia de "imprimir dinheiro" na situação de crise atual foi defendida primeiro pelo ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles em entrevista ao canal de notícias BBC News Brasil.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, se manifestou contrário à emissão de moeda para financiar os gastos do governo com a pandemia.