Caixa ainda espera análise de pelo menos 6 milhões de cadastros do auxílio emergencial

Banco não divulgou previsão para resposta a esses beneficiários, mas prevê mudanças para equilibrar o calendário da 2ª parcela a ser paga
Lucas Moraes
Publicado em 04/05/2020 às 16:41
Na agência da Caixa da Encruzilhada, na Zona Norte, houve organização da fila com ajuda da Guarda Municipal e interdição parcial do trânsito Foto: TV JORNAL


Quase um mês após o lançamento do programa para pagamento de auxílio emergencial em virtude da pandemia do novo coronavírus, 6 milhões de beneficiários que se cadastraram no aplicativo Auxílio Emergencial ainda seguem em análise sobre a possibilidade ou não de recebimento do pagamento. 

Até esta segunda-feira (4), de acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de um universo de 96 milhões de cadastros, pelo menos 90 milhões dos inscritos já receberem algum informação quanto ao cadastro ter sido aprovado, negado ou estar inconclusivo (com possibilidade de recadastramento); enquanto 6 de pedidos ainda segue sem saber se serão aprovados ou não. 

Dos 90 milhões que já tiveram alguma resposta, cerca de 50 milhões já receberam o pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial, enquanto pelo menos 26 milhões de cadastros foram recusados e 12 milhões foram identificados como inconclusivos (com possíveis erros de preenchimento e possibilidade de recadastramento)

"Estamos ainda sem informação de ao redor 6 milhões de inscrições que não tiveram a análise completa pela Dataprev e o ministério da Cidadania. Então, nós não temos ainda a possibilidade de pagar. Ou seja, ao redor de 6% do total de cadastrados. Desses, 96 milhões, 90 milhões já têm alguma informação", disse o presidente da Caixa. 

Durante transmissão ao vivo no YouTube, o banco não soube precisar quando divulgará o calendário da segunda parcela dos pagamentos, nem quando terá respostas para os 6 milhões de pedidos em análise. 

"Quando a gente começou a pagar, para as pessoas que já tinham conta foi muito mais simples. Teve mais problemas quando começamos a pagar àqueles que não tinham conta em lugar nenhum. O depósito já tinha sido feito há quase uma semana antes, mas a questão é que uma parcela grande foi às agências, pela necessidade um público mais carente ter uma ajuda", esclareceu Guimarães.

Para a segunda parcela, o banco promete mais organização e equilíbrio entre os grupos de recebimento. "Nós já temos uma base muito mais organizada. A parte inicial de validação não teremos mais, de criar um banco de dados. Iremos equilibrar mais as duas parcelas da população que precisam mais de ajuda, que são os informais sem conta e o Bolsa Família", prometeu.

Para beneficiários do Bolsa Família, os pagamentos da segunda parcela já têm como previsão um calendário entre os dias 18 e 29 de maio. Para os demais, ainda não há calendário. 

 

Saques

A semana passada, sobretudo o segundo dia para saque do auxílio emergencial tiveram os dias mais críticos, de acordo com a Caixa. No período, as filas engrossaram e a aglomeração na porta das agência levou risco à saúde da população e bastante tumulto. Justamente por conta disso, nesta segunda-feira, a prefeitura do Recife e o governo de Pernambuco disponibilizaram equipes e espaços para para ajudar na organização das filas. 

No caso da prefeitura do Recife, cerca de 240 profissionais da Guarda Municipal, da CTTU e orientadores estão envolvidos na operação especial para auxiliar os funcionários do banco a organizar as filas em oito agências maiores agências: Afogados, Casa Amarela, Encruzilhada, Imbiribeira, Cordeiro, Santo Antônio, Engenho do Meio e Boa Vista. 

Da última segunda até o dia de hoje, o banco acumula 4,04 milhões de saques, totalizando R$ 2,43 bilhões. Só nesta segunda-feira (4), foram realizados 920 mil saques (até as 15h); sendo 457 mil  nos caixas eletrônicos, 7,5 mil nos correspondentes Caixa Aqui, 125 mil no atendimento das agências (boca do caixa) e 22 mil nas casas lotéricas. 

 

"Conseguimos reduzir sensivelmente as filas. Eu visitei duas agências hoje e até as 14h, uma das que eu estava não tinha mais fila fora da agência", garantiu Guimarães, reforçando que os horários com maior demanda têm sido pela manhã. 

Nas agências visitadas pela reportagem, ainda haviam filas para conseguir o atendimento, porém estavam mais organizadas e respeitando uma distância mínima de uma pessoa para outra. No bairro da Encruzilhada, as ruas próximas à agência estavam parcialmente interditadas, e a fila chegava dava em volta em praticamente um quarteirão em direção à Avenida Norte. 

Já na parte da tarde, no bairro do Cordeiro, a fila havia sido reduzida à praticamente o estacionamento do banco e parte da calçada em frente à agência. Agentes da guarda municipal, CTTU e orientadores mantinham as pessoas distantes umas das outras, com a ajuda de cavaletes para ordenar a circulação. 

Segundo a Caixa, houve reforço de pelos menos 3 mil funcionários para atendimento e segurança nas agências. Hoje, todas as agências começaram a abrir duas horas mais cedo, às 8h. O fim do expediente, segundo a Caixa, seria às 14h. Mas Pedro Guimarães garante que mesmo passado o horário, a agência só fecha até o último da fila ser atendido. Na unidade do Cordeiro, a reportagem encontrou muita gente na fila esperando pelo atendimento mesmo após às 14h, e a agência de portas abertas. 

"A partir deste sábado (8) estaremos aumentando o número de agências abertas. Esperamos que pelo menos 2,1 mil abram", confirmou o presidente. No sábado (2), 902 agências foram abertas exclusivamente para atendimento do saque em espécie da Poupança Social. Na última semana, houve abertura de quase 800 agências no feriado de 21 de abril e no sábado (25).

 

 


 

TAGS
Economia dinheiro auxílio emergencial coronavírus covid-19
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory