Presidente da Caixa admite possibilidade de prorrogar suspensão do pagamento da casa própria

A medida, que está em funcionamento desde abril, faz parte das ações para enfrentar os efeitos causados à economia pela pandemia de covid-19
JC
Publicado em 03/07/2020 às 10:03
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal Foto: Foto: AFP


O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, admitiu, nesta sexta-feira (3), a possibilidade de prorrogar a suspensão do financiamento habitacional. Em maio, o período máximo passou de 90 para 120 dias. Assim, quem solicitasse a suspensão temporária das prestações teria quatro meses de pausa garantidos. A medida, que está em funcionamento desde abril, faz parte das ações para enfrentar os efeitos causados à economia pela pandemia de covid-19. A declaração foi dada durante entrevista para a Rádio Jornal.

"Sim, podemos estudar", foi a resposta de Guimarães ao questionamento sobre a prorrogação. Ele afirmou, ainda, que o banco vai sempre "tomar as decisões que amparem a população geral, sempre com muita conversa e senso comum". "Se houver a necessidade, faremos sim. Enquanto estivermos em um momento delicado, iremos ajudar a população", garantiu.

Atualmente, a ampliação do prazo vale para pessoas físicas e jurídicas, no caso de financiamentos à produção de empreendimentos e para os financiamentos de aquisição e construção de imóveis comerciais – individual.

Quem solicitar a pausa no contrato terá que pagar juros, seguros e taxas, que serão acrescidos ao saldo devedor do contrato. De acordo com o banco, a taxa de juros e o prazo contratados originalmente não sofrem alteração.

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Os clientes com pagamentos em dia ou aqueles com pagamentos em atraso por, no máximo, 18 meses, podem solicitar a carência. Clientes que utilizaram o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para abater uma parte da prestação também podem solicitar o serviço. No caso de pessoas jurídicas, a possibilidade de pausa nas prestações é permitida para quem está sem pagar no prazo no máximo duas parcelas (atraso de 60 dias).

Para solicitar a pausa, basta acessar o aplicativo Habitação CAIXA ou registrar o pedido pelos telefones 3004-1105 (para capitais) e 0800 726 0505 (demais localidades), ou de forma automatizada pelo 0800 726 8068, opções 2-4-2, de segunda a sexta-feira, e aos sábados de 10h às 16h (exceto feriados).

Mudanças no crédito imobiliário

Nessa quinta-feira (2), a Caixa anunciou novas medidas direcionadas ao crédito imobiliário. Entre as medidas para pessoa física está a implementação do registro eletrônico para contratos vinculados a empreendimentos financiados pelo banco. Outra novidade é a possibilidade de incluir os custos com despesas de cartório e com Impostos de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) no contrato do financiamento habitacional.

O pacote de medidas divulgado pela Caixa busca reduzir a burocracia para as pessoas físicas durante o financiamento do imóvel e garantir maior fluxo de caixa para as construtoras, em meio à crise causada pela pandemia.

Para as construtoras, o pacote traz a ampliação do acesso ao financiamento, com redução da quantidade mínima de vendas e da execução prévia de obras para contratação de empreendimentos com o banco. No entanto, setor esperava uma redução nas taxas de juros.

À Rádio Jornal, Guimarães afirmou que a Caixa estuda redução, apesar de, segundo ele, ter a menor taxa de juros entre os bancos brasileiros. "Em relação à redução, ontem anunciamos mas uma redução do cheque especial. Quando a gente assumiu era 14% ao mês e caiu para 1,8% ao mês. Nenhum banco tem nem perto da taxa de juros que a Caixa faz em basicamente todos os segmentos, inclusive no crédito imobiliário. A gente está estudando sim, alguma redução, mas aí é uma questão técnica. Apesar da taxa Selic estar na mínima histórica, a taxa de médio prazo não caiu tanto, e é esta que temos que comparar, porque a Caixa tem o maior período de crédito, [já que] nós emprestamos por 35 anos. Mas estamos estudando alguma redução", afirmou.

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