*Com informações da TV Jornal*
As aulas presenciais em Pernambuco foram suspensas desde o dia 18 de março para reduzir a curva de contágio novo coronavírus no Estado. Desde então, escolas e universidades particulares enfrentam dificuldades para pagar as contas e manter seu funcionamento para quando o setor retomar suas atividades presenciais. Nesse cenário, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) estima que 40% dos colégios estejam sob risco de falência.
Segundo o professor José Ricardo Diniz, presidente do órgão, das cerca de 2.400 escolas particulares do Estado, 80% são unidades de pequeno ou médio porte, com até 240 alunos matriculados. Usando como base uma pequisa encomendada pela União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, que aponta risco de falência para até metade da unidades de ensino com esse perfil no País, José Ricardo se preocupa com mercado da educação particular pernambucano.
Por enquanto, os locais de ensino ainda não possuem data prevista para reabertura, mas o decreto que suspende as aulas presenciais perde validade nesta sexta-feira (31). O secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amâncio, disse que a data para o retorno das atividades escolares no Estado deve ser divulgada nos próximos dias e que ocorrerá em etapas.
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Até lá, em vídeo enviado à TV Jornal, José Ricardo Diniz, afirma que os efeitos da pandemia na educação são devastadores. "Em Pernambuco, das 2.400 escolas, 80% são de pequeno e médio porte e chegam a ter até 250 alunos e vão até o 5º ano do Ensino Fundamental. Dessas, metade não irão retomar suas atividades presenciais", completa.
Esse era um dos receios da empresária Flávia Lyra, proprietária da escola Planeta Kids, no Parnamirim, Zona Norte do Recife, já que 30% dos pais haviam cancelado as matrículas e outros 70% mantiveram as mensalidades com um desconto de até 50% em sua unidade de ensino. "Está sendo difícil, porém estamos conseguindo manter as contas pagas. O que não aconteceu em algumas escolas que não tinham recursos em caixa e tiveram que fechar as portas", desabafa.
Mesmo sem data definida para retorno das aulas, a preparação para o 'novo normal' já está em andamento com a instalação de pias, dispenser com álcool em gel e tapetes sanitizantes.
A crise na educação também afetou as universidades particulares. "Temos como consequência uma previsão de que 30% das instituições de ensino superior do Brasil, sobretudo as que tenham um caixa menos protegido, encerrem suas atividades", alerta Rodrigo Bouyer executivo em educação superior.
O protocolo do Governo de Pernambuco para o setor de Educação já foi divulgado e contempla regras como o uso obrigatório de máscara por alunos, professores e funcionários e distanciamento mínimo de 1,5 metro dos estudantes em sala de aula são algumas das regras. Também a suspensão de esportes coletivos e de eventos presenciais.