Governo estuda prorrogar auxílio emergencial até março com valor menor

A medida sofre resistência de integrantes do Ministério da Economia e precisaria ser aprovada pelo Congresso Nacional
Marcelo Aprígio
Publicado em 09/08/2020 às 11:00
Sem clareza sobre a duração da pandemia do novo coronavírus, estudos para definir a extensão do benefício já estão em curso Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O Governo Federal considera prorrogar o auxílio emergencial até março de 2021. Para isso, a ala política da gestão Jair Bolsonaro defende que o benefício, atualmente em R$ 600, seja reduzido para um valor entre R$ 200 e R$ 300. Sem clareza sobre a duração da pandemia do novo coronavírus, estudos para definir a extensão do benefício já estão em curso. A medida, porém, sofre resistência de integrantes do Ministério da Economia. As informações são do portal Uol.

» Projeto cobre custeio do auxílio emergencial até dezembro com lucro do Banco Central

» Ministério da Economia avalia estender auxílio emergencial com valor reduzido até dezembro

Para realizar seus planos, no entanto, o governo depende do apoio no Congresso Nacional. A redução do valor do auxílio, cujo pagamento está garantido até agosto, precisa ser aprovada pelos parlamentares, porque o valor de R$ 600 está previsto em lei. Além disso, para ser estendido até março, o decreto que definiu o estado de calamidade precisaria ser renovado, o que também demandaria uma nova votação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

» Ministro Paulo Guedes defende programa de renda mínima permanente após pandemia

» Angolanos são presos após tentativa de sacar auxílio com documentos falsos

A validade do decreto precisa ser estendida para que o governo não cometa crime de responsabilidade, ao não atender o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

A prorrogação da ajuda seria uma compensação pelo atraso do programa Renda Brasil. A demora para tirar o projeto do papel acontece porque o governo não deve concluir tão rapidamente quanto gostaria os projetos e adequações de sistemas para criar o programa, que deve unificar o Bolsa Família com diversos programas sociais. O objetivo é criar uma marca social do governo Bolsonaro, que considera o Bolsa Família uma herança dos governos Lula e Dilma.

» Renda Brasil terá R$ 51,7 bi e vai pagar benefício médio de R$ 232, prevê governo

» 'Pode esperar que vamos pegar', diz Lorenzoni sobre quem recebeu auxílio emergencial indevidamente

Além disso, o governo avalia eventuais consequências políticas na popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caso o auxílio seja extinto, sem uma alternativa viável.

Emissão de dívida

O governo tem dito que não há sobra no Orçamento para financiar o auxílio emergencial por muito mais tempo. Mas, com a eventual prorrogação do estado de calamidade, o governo poderia obter o dinheiro com emissão de dívida.

» Bolsonaro diz que governo não poderá passar muito tempo pagando auxílio emergencial

Emissão de dívida significa colocar títulos à venda para investidores, que compram papéis do governo esperando retorno no futuro (na prática, emprestam dinheiro agora ao governo para lucrar com os juros que serão pagos).

TAGS
Economia Auxílio emergencial Brasil
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory