O bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, recebe de volta mais um ponto de comércio de alimentos orgânicos. A partir desta quarta-feira (9), a Feira Agroecológica, que acontece semanalmente, reabre no RioMar após quase seis meses fechada.
Toda quarta, das 7h às 11h, no estacionamento externo, próximo ao Trade Center, os clientes poderão encontrar variedades de frutas, legumes, verduras e produtos beneficiados, com preços de R$ 2 a R$ 18. A feira, que abriu em 5 de fevereiro e estava suspensa desde o dia 18 de março, é uma realização da Associação ASSIM, Terra e Vida, Amarfirtza e Agroflor, com apoio do Sesc, JCPM, Instituto JCPM e do RioMar.
Os alimentos, certificados pelo Ministério da Agricultura, são produzidos por agricultores de municípios como Igarassu, Jaboatão dos Guararapes e Olinda, no Grande Recife, Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata, e Bom Jardim, no Agreste.
Um desses produtores é Rafael Pedro da Silva, de 31 anos, que comercializa alfaces, feijão verde, fava, alho poró, cenoura, jerimum, frutas, acelga e outras hortaliças, cultivados em Lagoa de Itaenga.
Apesar de ter mantido as vendas em outras duas feiras, uma em Carpina, na Zona da Mata, e outra em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, ele comentou que a pandemia impactou na produção. “A gente perdeu muito produto. Logo no começo a gente teve que se programar para produzir menos”, falou.
“Estar de volta é bem melhor. A gente vê o prazer das pessoas de ter seu produto natural”, comemorou.
A alegria é compartilhada por Camila Petroni, 27, vendedora de alimentos beneficiados - como pães, bolos e suco. “Está sendo uma experiência ótima, ver que muitas pessoas estão vindo na banca para agradecer que a gente voltou, porque têm de novo uma feirinha perto para conseguir acesso melhor a alimento sem veneno”, pontuou.
Camila e a família também manteve o comércio em outros pontos, mas explica que passou a trabalhar mais por encomenda. “Isso afeta porque qualquer parte financeira que deixa de entrar na casa atrapalha um pouquinho”, relatou.
Outra mudança suscitada pelo coronavírus foi na rotina de limpeza. “No sítio, hoje, a gente tem que ter o maior cuidado na hora do retorno da feira. A gente teve que montar sistema de higienização das caixas que voltam da feira, das barracas, das lonas. E na feira, é ficar mais atento: pegou em dinheiro, vai usar a máquina de cartão, higieniza”, detalhou.
Além dessas medidas, o RioMar adota protocolos para garantir a segurança de vendedores e clientes. Veja abaixo.
O primeiro dia de feira contou com cinco barracas. No entanto, segundo a analista de Meio Ambiente do shopping, Jussara de Paula, a expectativa é expandir a oferta. “A gente tem a pretensão de aumentá-la, mas seguindo todos os protocolos de segurança na questão de espaçamento. Estamos observando como vai ser a movimentação, porque é um público diferente de outras feiras”, afirmou.
Segundo ela, a data de retorno foi definida com base na procura dos consumidores e em diálogo com os produtores. “Havia uma demanda natural dos clientes que frequentavam a feira no começo. E juntou de a gente escutar os agricultores. A gente tinha sugerido uma data (antes), mas em função da produção dos alimentos, eles preferiram voltar esse dia”, explicou.
“Nossa expectativa é a melhor possível porque já tinha a demanda natural. O aumento da procura das feiras foi de 30% na pandemia. (Nesta quarta), tivemos um movimento muito interessante. A gente esperava um público, mas superou a movimentação nesse pequeno tempo de espaço”, concluiu.