Com informações de Cinthia Ferreira, da TV Jornal
Cerca de cem caminhões estacionaram no acostamento da BR-101 Sul, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, na altura da fábrica da Vitarela, na manhã dessa quarta-feira (30), em protesto pacífico convocado pelo Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sinregás-PE). Segundo a organização, as principais reivindicações da classe é contra o repasse total do aumento do gás e taxas que passaram a ser cobradas para entrada no Porto de Suape. A partir das 9h20, aproximadamente, os veículos saíram em carreata em direção ao Aeroporto do Recife, onde a manifestação se encerrará.
"Nosso protesto é contra esses aumentos que estão tendo nesse período de pandemia, quando a gente já recebeu sete aumentos em quatro meses. Estávamos absorvendo, até então, mas não aguentamos mais. Além disso, ainda tem uma taxa extra do pátio de triagem, que [agora] é obrigatória para a gente entrar em Suape", conta Francine Gulde, presidente do Sinregás-PE.
Por nota, o Sinregás-PE afirma que durante todo o dia os caminhões não vão “puxar” gás de Suape, ou seja, não haverá carregamento de botijões nas distribuidoras no Porto, que acontece diariamente. No entanto,os 1.600 postos de revenda de gás de cozinha estão abertos para o consumidor, apesar do protesto.
A representante do Sinregás explica que todo caminhão que entra em Suape para carregar o estoque tem que pagar as taxas, que variam entre R$ 30 e R$ 60, de acordo com o tipo do caminhão e os pátios de triagem, comandados pelas empresas Sulog, Cone Log e E-log. A sindicalista explica que, além disso, é pago o tempo excessivo que o veículo passa dentro do local. No entanto, até então, a classe não precisava pagar, mas agora a taxa passou a ser cobrada, segundo o sindicato.
"No nosso caso, a gente não precisava passar, porque a gente já saia com o agendamento dentro das nossas distribuidoras. Os caminhões saíam das bases, entravam em Suape e saíam depois de carregarem. A gente não para no Porto, mas infelizmente somos obrigados a pagar mais essa taxa", disse Gulde, que apelou por uma resposta governamental. "Nós queremos sensibilizar o governo porque, como as cegonheiras que carregam os carros em Suape não pagam o pátio de triagem, a gente gostaria que o governo do estado tirasse essa taxa dos revendedores de gás de Pernambuco, completa.
A coordenação de comunicação do Porto de Suape, por outro lado, afirmou à reportagem que não há cobrança de nenhuma taxa por parte do Governo do Estado ou do Porto de Suape para a triagem e acesso dos caminhões ao porto, mas sim por empresas privadas, e que o funcionamento dos três pátios de triagem garante mais segurança e agilidade às operações portuárias, aos caminhoneiros, trabalhadores portuários e usuários em geral.
"A cobrança é realizada pelas empresas privadas, credenciadas para operar os pátios para custear os serviços oferecidos e os investimentos de implantação [...] Dessa forma, o Porto de Suape e Governo do Estado não têm qualquer rentabilidade decorrente da operação e receita dos pátios, tendo como benefício a organização e regularidade no controle de acesso e entrada no Porto Organizado, além de proporcionar conforto ao caminhoneiro, que anteriormente encontrava-se em condições inadequadas", explicou Suape.
Além disso, a administração do Porto explicou que, com base na Lei Federal 13.103/2015 e legislações vigentes, o pagamento referente à tarifa de triagem, assim como demais custos inseridos na formação do preço do serviço de transporte (combustível, pedágio, manutenção etc.), é de responsabilidade do dono da carga ou tomador do serviço. "Assim, é obrigação do tomador do serviço a responsabilidade da tarifa de triagem, que no ato da contratação, deverá embutir todos os custos decorrentes do transporte da carga."