Dia das Crianças movimenta comércio de rua e o RioMar Recife

Famílias mantém a tradição e com a proximidade do dia 12 de outubro as lojas de brinquedos mostram boa movimentação de clientes. Setor deve crescer 3% este ano
Edilson Vieira
Publicado em 07/10/2020 às 18:16
RIOMAR Muitas famílias têm comparecido às lojas com as crianças para escolher o brinquedo preferido Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


Ainda não é Natal. Mas parece. O ritmo frenético de pessoas carregando sacolas com presentes lembra bem o período das festas de fim de ano. Seja no comércio de rua ou de shopping, a vontade de dar uma lembrança no Dia das Crianças está fazendo o consumidor ir às lojas de brinquedos, tanto presencialmente quanto virtualmente.

No RioMar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, a gerente da loja Ri Happy, Giselle Arruda, confirma a boa procura por bonecas, carrinhos e jogos de tabuleiro, este último, campeão de vendas durante a pandemia. Ela confirma que este é o melhor período de vendas do ano e credita o sucesso das vendas a grande variedade de produtos. “Temos desde bonecas de R$ 8 a carros motorizados na faixa de R$ 4 mil. É uma variedade muito grande, para todos os gostos e bolsos”, diz a gerente. Giselle espera que o movimento nas lojas cresça ainda mais durante este final de semana. “Como acontece todos os anos, o comprador deixa para o último momento. É entre os dias 10 e 12 de outubro que as vendas explodem”, diz.

A tradição em presentear também explica o grande movimento nas lojas. A assistente social Thuliana Barros estava com o marido Josemir e o filho Benício, de dois anos de idade, passeando no shopping. O presente de Benício já está garantido, mas só será dado no dia 12. Mesmo assim eles estavam percorrendo as lojas de brinquedos. “Não tem nada a ver com o apelo comercial. Eu acho importante presentear seja no Dia das Crianças, no Natal, no aniversário...é uma forma de a criança se sentir pertencente a esse mundo, o mundo infantil”, justificou Thuliana.

A escolha dos presentes em família fez com que a estudante Maria Eduarda Ramos, de 12 anos, fosse ao RioMar acompanhada do pai, mãe e dos irmãos Luiz Henrique (7 anos) e Izabela (4). A pré-adolescente não sabia se iria levar um brinquedo para ela, mas tinha certeza de que iria encontrar algo para os irmãos. “Pela minha idade, talvez não leve um brinquedo, mas gosto de escolher presentes, então vou ajudar a escolher os deles”, afirmou.

VIRTUAL

O gerente da PB Kids, também do RioMar, Ivanildo Dias destacou o cuidado com o distanciamento social praticado pelos lojistas. Tanto, que o setor de embalagens para presentes foi montado do lado de fora da loja, para evitar aglomerações. Ivanildo lembrou ainda a possibilidade das compras também poderem ser feitas virtualmente. “O cliente pode comprar no site e vir retirar a mercadoria na loja. Ou então optar pela entrega em domicílio. Era algo que já existia mas que ganhou força com a pandemia”, diz Ivanildo.
O CEO do Grupo Ri Happy, que também engloba a rede PB Kids, Ronaldo Pereira Júnior, confirmou o crescimento das vendas on line. “Nosso site cresceu mais de 140% no número de visitas desde o início da pandemia com destaque para as vendas de jogos e quebra-cabeças que triplicaram. Esse fato demonstra que o brinquedo foi a principal conexão e passatempo entre pais e filhos nesse momento difícil de isolamento em casa”, afirma o presidente.

 

Por oferecer opções que vão além dos brinquedos, como moda, games, chocolates, acessórios infantis e livros, o superintendente do RioMar Recife, Henrique Medeiros, salientou que o centro de compras apoia iniciativas que buscam evitar aglomeração possibilitando comprar com segurança. “Estamos otimistas por ser uma data que normalmente mobiliza parcela expressiva de nossos clientes neste período. As operações estão preparadas para atender às demandas e oferecer mais conforto aos clientes. Acho importante esclarecer que as compras podem ser feitas também pelo Drive Thru, pela plataforma de vendas RioMar Online ou nas lojas físicas”, afirmou o superintendente.

CENTRO

No Bairro de São José, Centro do Recife, reduto do comércio popular, as ruas estavam apinhadas de gente. Boa parta delas com sacolas cheias de brinquedos. A comerciante Adriana Araújo encheu três carrinhos de compras com itens que iam das clássicas bolas de futebol dente-de-leite a bonecas, carrinhos e bichos de pelúcia. Tudo para o pequeno comércio que mantém no Alto Nova Olinda, onde mora. “O povo lá na vila está comprando muito brinquedo pra dar de presente este ano. O movimento está bom”, revelou.
Já o autônomo Paulo Rezende deu uma aula de educação financeira. Para presentear os seis sobrinhos bateu perna atrás dos melhores preços. “Já fui em três lojas aqui no Centro. Encontrei o carrinho de fricção a R$ 17 e o mesmo carrinho em outra loja por R$ 9,90. Tem que andar, né?”. Ele ainda diz que estipulou um teto máximo para não comprometer o orçamento familiar com as compras. “Só vou gastar até R$150. Nada mais que isso”, determinou.

CRESCIMENTO

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) estima que o setor deve crescer 3% este ano. Parece pouco mas, na verdade, é um número comemorado pela indústria. Depois de faturar R$ 7,3 bilhões em 2019 (6% acima do registrado em 2018) o segmento está otimista, apesar do ano atípico. As vendas de brinquedos tradicionalmente se concentram no segundo semestre. O período entre julho e novembro responde por quase 60% do movimento de todo o ano, segundo a Abrinq.

A queda de 41% no volume de brinquedos importados este ano também colabora para animar os fabricantes, porque incentiva a produção nacional. Só metade dos brinquedos vendidos no Brasil tem fabricação local, cerca de 48% vêm do exterior, sendo a grande maioria (82%) da China.

O presidente da Abrinq, Synésio Costa, aposta na recuperação da indústria de brinquedos em 2020 depois de uma queda de 15% no início da pandemia. Ele diz que o segmento já gerou 2.500 novos postos de trabalho depois da retomada do comércio e aposta em uma Dia das Crianças de alegria. “Os fabricantes fizeram mais de 1.200 lançamentos de novos produtos. A indústria nacional tem produtos para todos os gostos e bolsos. Não vai faltar brinquedo e nem teremos aumento de preços. As coisas estão funcionando e o setor está animado. Não tem tristeza e nem desânimo”, disse com entusiasmo.

PESQUISA

Segundo pesquisa da Fecomércio-PE, 40,5% dos entrevistados vão comprar presentes. O comércio de rua foi o local indicado por 50% dos entrevistados. os shoppings centers ficaram com a preferência de 34,9%, e o e-commerce com 14%. Entre as preferências de presentes, os brinquedos estão no topo com 54%, seguidos de roupas (20%); sapatos (9%); celulares, smartphones e tablets (4%) e equipamentos de áudio e vídeo (2%).

Em relação aos valores, 33,7% dos entrevistados pretendem gastar entre R$50 e R$100 com o presente, 22,1% pretendem gastar até R$ 50. Os que querem investir entre R$ 150 e R$ 200 são 10,5%. Já 16,3% pretendem gastar mais de R$ 200. Pagar em cartão de crédito será a solução para 53,5% dos pesquisados, já que dá a opção do parcelamento. Pagamento em dinheiro (41,9%) e cartão de débito para compras à vista (4,7%). A pesquisa foi realizada pelo aplicativo Cittamobi, entre os dias 25 e 29 de setembro, na Região Metropolitana do Recife (RMR) com um total de 557 pessoas.

 

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