O setor de alimentos e bebidas voltou a ser o que apresentou as maiores altas de preço em outubro, puxando a inflação no Grande Recife para 0,82%, a maior alta do ano. O avanço na categoria de alimentos e bebidas foi de 1,74% na Região Metropolitana. A batata-inglesa e o coentro foram os grandes "vilões" com avanços de 25,16% e 19,98% respectivamente. O líder individual de variação de preços, contudo, foi a passagem aérea, com uma alta de 47,67%.
O arroz, cujo aumento de preços chamou a atenção dos consumidores ao longo do ano, ficou em 7º lugar entre os dez produtos com maior reajuste no mês, com 15,08%. Já o ritmo da escalada de preços do óleo de soja diminuiu: em setembro, foi de 39,33%; em outubro, o índice baixou para 9,47%, deixando o item em 12º lugar.
O segundo grupo com maior aumento foi, novamente, o de artigos de residência, com avanço de 1,57% em outubro. O preço do ar-condicionado subiu 16,67% no período e foi o quarto produto/serviço que mais subiu de preço no mês passado, aumentando o impacto dos utensílios domésticos na inflação do período. Transportes (1,33%) e Vestuário (1,30%) estão em terceiro e quarto lugar, seguidos por Comunicação (0,33%), Saúde e cuidados pessoais (0,19%), Despesas pessoais (0,09%) e Educação (0,05%).
Habitação foi o único grupo que apresentou queda: -0,09%. Os cinco produtos e serviços que mais baixaram de preço em outubro foram a cebola (-11,34%), o mamão (-7,69%), os exames de imagem (-5,82%), a água sanitária (-3,37%) e a melancia (-3,13%).
Este foi o quinto mês seguido de aumento nos índices da RMR em 2020, consolidando tendência de alta nos preços de produtos e serviços. Ainda assim, o resultado é ligeiramente inferior ao da média nacional, que registrou 0,86%, o maior percentual para um mês de outubro desde 2002. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Apesar da inflação em alta no Grande Recife, a localidade teve a quinta menor variação mensal de preços entre as 16 localidades pesquisadas pelo IPCA. A RMR, no entanto, ostenta a segunda maior inflação acumulada do ano, com 3,62%, ficando atrás apenas do município de Campo Grande (4,36%). A representante pernambucana no índice também tem o sexto maior índice no acumulado da inflação dos últimos 12 meses, com 4,77%. Nas duas variações acumuladas, os indicadores superam a média brasileira, que marcou inflação de 2,22% no ano e 3,92% nos últimos 12 meses.
Com o resultado de 0,86% em outubro, o IPCA ficou 0,22 ponto percentual acima dos 0,64% de setembro. Em 2020, o indicador acumula alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.
A maior variação (1,93%) no índice do mês vieram do grupo Alimentação e bebidas, que desacelerou em relação a setembro (2,28%). Houve altas em outros sete grupos. A segunda maior variação veio dos Artigos de residência (1,53%), que contribuíram com 0,06 p.p. no resultado geral. Outro destaque no lado das altas foi o grupo Vestuário (1,11%), que acelerou frente a setembro (0,37%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,04% em Educação e a alta de 0,36% em Habitação.