A retomada da atividade industrial em Pernambuco, após o período de quarentena, está refletindo no comercialização de gás natural para a atividade. De acordo com a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), em setembro e outubro as vendas alcançaram patamares anteriores aos da pandemia do novo coronavírus. Em outubro, o volume comercializado foi de 1,243 milhão de m³/dia, superando 1,207 milhão de m³/dia do mesmo mês do ano passado.
"As indústrias que são nossas clientes já voltaram totalmente. Algumas estão até produzindo mais do que antes, para poder atender a demanda", afirma o presidente da Copergás, André Campos, que mantém contatos diários com o setor. Os segmentos que estão com produção mais acelerada são os do aço, cerâmica e vidro, que estão correndo para vencer o descompasso entre oferta e demanda e evitar o desabastecimento.
De acordo com a Copergás, a recuperação começou em agosto, quando o patamar de consumo do gás natural igualou-se ao do mesmo mês do ano passado, e consolidou-se em setembro. “Sinceramente, quando a gente estava aqui no pico da pandemia, achávamos que a recuperação ia demorar muito. Nas primeiras projeções que fizemos, só voltaríamos ao volume pré-pandemia em fevereiro de 2021. O retorno foi bem antes do esperado”, comemora Campos.
O segmento industrial é responsável pela maior parte do consumo de todo o volume de gás natural distribuído em Pernambuco. A participação torna a distribuição do gás natural um indicador da situação econômica do Estado. Hoje a Copergás tem 106 indústrias interligadas a sua rede de fornecimento, devendo encerrar o ano com 113.
Para 2021, a Copergás quer consolidar seu plano de interiorização do gás natural, chegando a Garanhuns (Agreste) e Petrolina (Sertão). A empreitada é uma parceria com a gigante mundial do setor, a Golar Power. Como a construção de gasodutos do Recife ao Sertão são economicamente inviáveis, o gás será transportado na forma líquida (gás natural liquefeito) por meio de caminhões-contêineres até os municípios. Nas cidades, uma estação de regaseificação o transformará para a forma gasosa (gás natural), e a distribuição será feita por uma rede local de gasodutos.
A chegada do gás vai estimular o desenvolvimento regional, com a atração de novos empreendimentos. Em Petrolina, a previsão é que as obras comecem em janeiro de 2021 para iniciar o fornecimento de gás no segundo trimestre do ano.