Marcada para o próximo dia 25 de junho, uma nova tentativa de paralisação das atividades pelos caminhoneiros do Brasil não encontra consenso na categoria, que tem dificuldades em comandar ações coordenadas.
Os caminhoneiros já haviam ensaiado outra paralisação em 1º fevereiro, que não foi viabilizada. A data de 25 de junho foi escolhida pois é o dia de São Cristóvão, padroeiro dos caminhoneiros. Em 2018, uma greve paralisou todo o País por meio do bloqueio das estradas.
O caminhoneiro Everaldo Bastos, do sindicato do Vale do Paraíba (SP), afirmou à coluna Painel S.A., do Jornal Folha de S. Paulo que o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que convocou a greve, não tem representatividade na categoria.
Ele afirma que o grupo tem fins políticos e que o governo federal tem atendido às demandas dos caminhoneiros na medida do possível.
Mas esta visão não é compartilhada por Nelson de Carvalho Júnior, do sindicato de Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro. Ele defende a necessidade da paralisação, pois a categoria não está vacinada contra a covid-19 e tem comprado combustível por valores elevados.
De acordo com levantamento da empresa Ticket Log, o preço médio do diesel em maio de 2021, comercializado a R$ 4,699, é 5,12% mais alto em relação a maio de 2020.
Marcelo da Paz, do Porto de Santos, no estado de São Paulo, concorda com a gravidade da situação, mas acredita que apesar da greve poder ser deflagrada a qualquer momento, não deve ser sob o comando do grupo que fez a convocação.
Por meio de nota, a CNTRC criticou a política de preços implementada pela Petrobras. O conselho diz representar sindicatos, associações e cooperativas em mais de 20 estados do País.
O presidente do CNTRC, Plínio Dias, afirmou à Folha que a greve deve ocorrer por tempo indeterminado. "Os caminhoneiros já estão se mobilizando pois os combustíveis estão levando 70% dos fretes e o presidente da Petrobras não fez nada ainda pra acabar com esse PPI (Política de Preço de Paridade de Importação) para baixar os combustíveis", disse.