O percentual de famílias com contas atrasadas em Pernambuco continuou subindo no fim do primeiro semestre. O resultado de junho foi o terceiro aumento consecutivo no indicador, que já acumulou elevação de 4,4 pontos percentuais em relação a março, além de 5,2 pontos em relação a janeiro. Em junho, as contas atrasadas estavam presentes em 33,2%, no mês imediatamente anterior, o percentual era de 31,9%. Além disso, a proporção de famílias com contas atrasadas em junho de 2021 é a mais alta em Pernambuco desde 2010, quando o indicador encerrou o ano em 38,2%.
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A proporção de famílias que se dizem sem condições de pagar as dívidas em atraso também cresceu em junho, saindo de 13,1% para 14,3%. Entre março e junho, o indicador já avançou 2,7 pontos percentuais.
Entre as unidades da federação, Pernambuco apresenta o sétimo maior percentual, tanto de famílias endividadas – atrás de Sergipe, Roraima, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraná e Acre – quanto de famílias com contas atrasadas – atrás de Mato Grosso, Minas Gerais, Maranhão, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte.
O percentual de famílias pernambucanas endividadas ficou em 79,5% no mês de junho, um recuou 0,5 ponto percentual em relação a maio e de 4,4 pontos percentuais na comparação com junho de 2020.
Esse resultado, contudo, foi uma quebra na tendência de alta da proporção de famílias com dívidas, que vinha em 80,1% no mês anterior e 78,1% e 79,2%, respectivamente, em janeiro e março.
O quadro inflacionário, com a ascensão de preços em produtos essenciais como alimentos, medicamentos, gás de cozinha e energia elétrica, tem pesado bastante sobre o orçamento das famílias pernambucanas, reduzindo não apenas o poder de compra, mas também a capacidade de pagamento de seus compromissos financeiros, aponta a análise do Sistema Fecomércio-PE.
O ritmo de recuperação do mercado de trabalho formal, que gerou 13 mil novos empregos entre janeiro e maio, também não tem sido suficiente para reduzir o impacto da restrição ao funcionamento de atividades sobre a taxa de desemprego no Estado, que chegou ao patamar de 21,3% no primeiro trimestre.
As restrições, que foram intensificadas desde a segunda quinzena de março e permaneceram durante abril, maio e junho, sobre serviços como bares e restaurantes, shows, eventos sociais e corporativos, praias e parques, entre outros, afetaram diretamente os trabalhadores que dependem de atividade informal para gerar renda. Essa situação também reduziu o poder aquisitivo e a capacidade de honrar os compromissos.
Com menos dinheiro, muitas famílias acabaram recorrendo ao uso do cartão de crédito para realizar compras de itens básicos para o mês, e esse meio de pagamento continuou sendo o principal vetor de endividamento, alcançando 95,4% das famílias endividadas. O endividamento por carnê (25,6%), segundo tipo mais citado, e o cheque especial (13,5%) também figuram na lista.