O consumo do café, bebida queridinha dos brasileiros, tem aumentado no País, na versão solúvel do item. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), de janeiro a agosto de 2021 as demandas pela versão instantânea da bebida apresentaram aumento de 3,7%.
A pesquisa, divulgada pela Associação nessa terça-feira (14), aponta ainda que foram consumidos no Brasil o equivalente a 669.797 sacas de 60 kg do insumo. No mesmo período do ano passado, a demanda foi de 645.794 sacas.
O fotógrafo Ricardo Nigro revela que já consumia a bebida há tempos, mas passou a procurar mais o item nos últimos meses. “Eu dava preferência ao café expresso, mas devido aos altos valores, venho tomando com mais frequência o solúvel”, afirma. O profissional passou também a oferecer o item em seu estúdio de fotografia, localizado na Zona Norte do Recife. “Essa 'gourmetização' do solúvel trouxe a opção não só para o trabalho, como para casa também. Todos que frequentam meu estúdio aprovam, pois existem vários tipos de cafés instantâneos que não deixam a desejar a expresso nenhum", enfatiza.
O diretor de Relações Institucionais da ABICS, Aguinaldo Lima, afirma que o desempenho é resultado dos investimentos feitos pelas fábricas no Brasil. "Além de novas plantas fabris que vêm surgindo, as indústrias nacionais de solúvel também ampliam o desenvolvimento de produtos cada vez mais voltados à qualidade, potencializando as características sensoriais ao consumidor final, o que contribui para incrementar o consumo", comenta.
Ainda de acordo com Lima, a evolução qualitativa do item tem sido notada através da redução da importação do café solúvel. "De janeiro a agosto, as compras do produto do exterior foram de 26,7 mil sacas, o que representa uma diminuição de 32,4% em relação ao volume adquirido no mesmo período de 2020", revela o consultor.
Veja perguntas e respostas sobre o café:
Exportação
Em contraponto à alta do consumo nacional, as exportações do café solúvel brasileiro sofreram declínio. Entre janeiro e agosto, as vendas para o mercado internacional do produto totalizam 2,536 milhões de sacas, montante 6,4% inferior ao registrado no acumulado dos oito primeiros meses de 2020.
Segundo Aguinaldo Lima, a queda do consumo internacional tem como motivos o aumento dos preços do item no mercado interno e dificuldades logísticas. "A dificuldade para se obter contêineres e espaço em navios se tornou rotineira desde maio e permanece até hoje, o que reduz a capacidade e eleva os custos de embarque, impactando o desempenho de todo o setor exportador brasileiro", afirmou.
"Além disso, adversidades climáticas no cinturão produtor do Brasil geram incertezas quanto à próxima safra e provocaram uma disparada nos preços internos e internacionais do café, o que dificulta a comercialização e desaquece a demanda em certos mercados”, concluiu o especialista.