O Recife, levando-se em conta a prévia da inflação para este mês de outubro, já se consolida como a capital do País com a maior variação no preço das passagens aéreas no acumulado do ano. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital pernambucana apresentou uma variação de 27,12% no período. O número está bem à frente das demais cidades, inclusive acima da média nacional (13,26%). Ainda assim, de acordo com dados da Anac compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em sete meses os preços ainda estão abaixo dos praticados antes da pandemia (2019).
Seguindo os dados do IBGE, em 12 meses, a alta no Recife já chega a 71,19%, apresentando, até então, somente neste mês de outubro, uma alta de 47,52%.
No restante do País, no acumulado do ano, as maiores variações estão em Porto Alegre (26,60%); São Paulo (17,28%); Belo Horizonte (17,26%); Fortaleza (16,17%); Curitiba (14,59%); Rio de Janeiro (9,12%) e Salvador (3,10%).
Preços
Ainda assim, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) destaca que a tarifa aérea no acumulado de sete meses de 2021 ainda é menor do que em 2019, antes da pandemia, embora reconheça haver uma pressão nos custos estruturais do setor aéreo, por conta dos reajustes no valor do querosene de aviação (QAV) e da alta do dólar.
Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a tarifa doméstica média real (corrigida pelo IPCA) entre janeiro e julho de 2021 foi de R$ 403,83, queda de 11,4% diante de igual período de 2019, quando a tarifa média foi de R$ 455,96. Foi o segundo menor valor da série histórica da ANAC.
Já os custos, na média do 2º trimestre, seguiram em franca elevação. Segundo a Abear o valor do litro do querosene de aviação disparou 91,7%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A desvalorização de 39,2% do real em relação dólar desde o início de 2020 também ampliou a pressão, já que mais de 50% dos custos das empresas são indexados pela moeda norte-americana.