Consórcio liderado pela pernambucana Agemar arremata terminal em Suape

Quando foi inaugurado, equipamento foi apelidado de Terminal Açucareiro. Agora, no embalo da Refinaria Abreu e Lima, principal carga movimnetada deverá ser o coque de petróleo. Empresas vão operar a área por um período de 25 anos
Adriana Guarda
Publicado em 30/03/2022 às 20:25
NEGÓCIO LUCRATIVO A expectativa é que o arrendamento do terminal de granéis gere investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões em Suape Foto: DIVULGAÇÃO


O Consórcio SuaGranéis - liderado pela pernambucana Agemar, junto com a paraibana Marlog e a paranaense Loxus, arremataram o Terminal de Granéis Sólidos de Suape, em leilão na B3, nesta quarta-feira (30), em São Paulo. Pelo contrato, o grupo vai explorar a área por um período de 25 anos, movimentando os chamados granéis sólidos, que podem ser agrícolas ou minerais. O consórcio foi o único a dar lance e ofereceu um valor de outorga de R$ 15 mil, quando o mínimo era de R$ 1,00. A expectativa é que o arrendamento renda investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões em Suape.

A mudança na economia de Pernambuco, com a implantação de grandes empreendimentos na última década, interferiu na dinâmica de Suape. Quando começou a operar, em 2016, o terminal foi projetado para movimentar açúcar. Durante muito tempo doi apelidado de terminal açucareiro. Com a Refinaria Abreu e Lima em operação e a previsão de dobrar sua capaciade de produção, o coque de petróleo será um dos carros-chefe do terminal. Além do coque, o equipamento está habilitado para movimentar barrilha, açúcar, trigo, milho e tantos outros granéis, além de carga geral. 

Para garantir essa diversidade de cargas, o consórcio vai investir para dotar o terminal de capacidade estática mínima total de 12 mil toneladas, além da aquisição de sistemas de recepção rodoviária, sistema transportador de correias e equipamentos equivalentes para garantir a produtividade (prancha média geral) de 549 t/h (toneladas por hora) e 128 t/h, para a movimentação de coque de petróleo e açúcar ensacado, respectivamente. O TGSS está localizado na retroárea do Cais 5, em um espaço de 72 mil metros quadrados. A área está localizada no porto interno de Suape, na margem oposta ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). 

O presidente de Suape, Roberto Gusmão participou da solenidade e comemorou o resultado do leilão, olhando para o futuro próximo do porto.  "Suape vai, daqui a cinco anos, triplicar sua movimentação, e se estabelecer como um dos mais movimentados do Brasil e o principal do Norte/Nordeste. Estamos muito satisfeitos com todo o apoio da Secretaria Nacional de Portos e do Ministério da Infraestrutura para este ato. Quero cumprimentar de forma calorosa o grupo pernambucano que teve a oportunidade, junto com duas outras empresas, de conseguir arrematar esse empreendimento. Contem com Pernambuco para qualquer tipo de investimento”, afirmou.

Nova operação

A expectativa é que o contrato de arrendamento do terminal seja assinado ainda este ano para iniciar a operação em 2024. Atualmente o terminal é operado sob contrato de transição, pela empresa pernambucana M&G São Caetano, que permanecerá até o fim do ano. O equipamento foi oferecido à companhia após a devolução da área pela Agrovia do Nordeste (empresa da Odebrecht Tranport) e autorização da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA). A M&G São Caetano participou do chamamento público em 2020 e ofereceu o maior preço do certame transitório. O terminal tem capacidade para movimentar de 500 a 600 mil toneladas de carga por ano e voltou a operar desde junho do ano passado.

"O leilão realizado na B3 hoje em São Paulo permite que Suape tenha um terminal com investimentos de R$ 59,8 milhões. Um terminal já existente que terá uma operação prevista, em seu primeiro ano, de 570 mil toneladas, gerando 100 empregos diretos. Tudo isso aumenta a potencialidade de Suape como hub no Nordeste. O terminal gera também receita fixa de R$ 3 milhões, mais uma receita variável, permitindo o porto movimentar açúcar, barrilha e outros granéis sólidos, ampliando as possibilidades", detalhou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, que também esteve presente no leilão.

Sobre as empresas

Com expertise acumulada em operações logísticas de alta complexidade, a Agemar realiza transporte marítimo de combustível e de cargas em geral, garantindo agilidade e maior economia a partir de um eficiente sistema de utilização de cargas, aplicado desde a recepção até o destino. Com as devidas autorizações legais, pela Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) e pela DPC (Diretoria de Portos e Costas), a Agemar é autorizada a operar na navegação de cabotagem e no transporte de combustível, respectivamente, proporcionando a devida segurança nas operações.

Pelo know how adquirido, a empresa é responsável, desde 1995, pelo suprimento regular de combustível do Arquipélago de Fernando de Noronha, garantindo serviços essenciais e mais qualidade de vida aos seus habitantes e visitantes. A Loxus foi constituída em 2000 para atuar como consultora e operadora de projetos logísticos e portuários. A empresa tem larga experiência em assessoria, desenvolvimento, planejamento, implantação e gerenciamento de players de logística, com grandes operações de transporte marítimo.

A Loxus se especializou na movimentação de carga tipo granel sólido, oferecendo serviços de operação portuária com embarque e descarga de granel sólido e serviços de operação retro portuária com recepção e expedição de caminhões. Em seus terminais, opera produtos como coque verde de petróleo, fertilizante, grãos, sal marinho calcinado e farelo de soja.

 

Empresas que arrendaram o terminal de granéis no Porto de Suape estão de olho na expansão da Refinaria Abreu e Lima

Com expertise na movimentação de coque de petróleo, as empresas que integram o Consórcio SuaGranéis estão de olho na promessa da Petrobras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima. Formado pela pernambucana Agemar, a paraíbana Marlog e a paranaense Loxus Granéis, o consórcio arrendou o terminal de granéis sólidos do Porto de Suape, com contrato de exploração de 25 anos, durante leilão na B3 nesta quarta-feira (30). O grupo foi o único a apresentar proposta e ficou eufórico com o fechamento do negócio. 

A Rnest tem uma capacidade total de processamento de petróleo de 230 mil barris por dia, mas como concluiu apenas o primeiro trem (etapa), só produz a metade de sua capacidade. Dona do empreendimento, a Petrobras tentou vender o negócio, mas não conseguiu comprador e decidiu mudar de estratégia. Agora, a estatal vai terminar a obra antes de tentar um novo leilão para o empreendimento. A volta da construção voltará a estimular o dinamismo econômico de Suape e já anima as empresas. 

O diretor da Agemar, Manoel Ferreira Neto, comenta que ficou satisfeito com o resultado do leilão do terminal de granéis sólidos e já projeta oportunidades a médio prazo. "O Consórcio SuaGranéis é formado por três empresas que detém know how no coque verde de petróleo, que é a carga principal desse contrato. A gente já vem estudando esse terminal a mais de 2 anos e foi um resultado exitoso. E agora teremos muito trabalho pela frente pelos próximos 25 anos (prazo de operação do terminal), onde teremos vários gatilhos e desafios", comemora. 

Um deles é acompanhar a expansão produtiva da Abreu e Lima. "Nós temos uma expectativa de carga, mas ela deverá dobrar em função de se ter um segundo trem, que já foi anunciado. Acreditamos que em 2027 poderemos ser ainda mais exitosos nesse contrato, que deve nos trazer bons fundos", acredita o empresário.

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