Atualizada às 18h30, do dia 13.04.2022
Sem a realização do Carnaval no mês de fevereiro deste ano, Pernambuco viu sua atividade turística encolher 4,9% no referido mês, representando a segunda maior baixa de todo o País no período. A queda leva em conta a comparação com o mês imediatamente anterior, que tradicionalmente alavanca os números por ser período de férias.
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De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE, divulgados nessa terça-feira (12), no acumulado do ano Pernambuco chega a ter alta de 24,1% no volume das atividades turísticas, embora o percentual seja inferior ao do Brasil (29%), do Ceará (29,2%) e ao da Bahia (25,5%) no mesmo período.
A alta no ano e o baque em fevereiro denota o efeito calendário, comprometido pela covid-19, que impactou a atração de turistas e consequentemente seus gastos com serviços correlatos.
No ano de 2020, quando ainda foi possível realizar as festividades de Carnaval sem preocupação com a covid-19, o Estado chegou a ter a maior alta do País no comparativo com o mês de janeiro daquele ano, um resultado de +3,5%, à frente até do Rio de Janeiro (2,6%) e da média nacional, que caiu 0,3%. Só no Recife, o gasto diário de turistas foi de R$ 265,60 no Carnaval de 2020, garantindo uma ocupação de 98% nos hotéis.
Este ano, no mês de fevereiro também houve queda no Brasil, porém menos acentuada que em Pernambuco (-1%). Regionalmente, Ceará e Bahia, demais estados nordestinos presentes no levantamento, tiveram alta de 1% e queda de 1%, respectivamente. Pernambuco só esteve atrás do estado de Santa Catarina (-5,1%).
SERVIÇOS
No índice geral, o volume de serviços em Pernambuco caiu 1,3% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Esse é o sétimo pior resultado entre todos os estados do País. Na comparação entre fevereiro de 2022 e o mesmo período do ano passado, Pernambuco teve alta de 9,4% no volume de serviços, superior à média nacional, de 7,4%. No acumulado de janeiro e fevereiro, o avanço foi ainda maior, de 10,2%, contra 8,4% do Brasil.
Os destaques do mês de fevereiro no Estado foram compra, venda e aluguel de imóveis, atividades agrícolas, atividades profissionais e Transportes, que estiveram à frente dos serviços prestados às famílias, que avançaram pouco.
Explicação
O governo do Estado, por meio da secretaria de Turismo, esclarece que a PMS é composta por dados com ajustes sazonais e dados sem ajustes sazonais. "O primeiro formato faz um ajuste de acordo com a sazonalidade do período, desprezando os momentos em que o turismo se altera pela realização de determinada festa do calendário cultural, a exemplo do Carnaval. Esta análise é considerada a mais real sobre o momento, sobre como a atividade turística se desenvolve ao longo do mês, sem considerar
o pico momentâneo do evento cultural. A outra análise é feita considerando as alterações motivadas pelas festividades, aumento de empregos (que em geral são temporários, pela sazonalidade dos eventos), aumento de consumo, entre outras percepções".
De acordo com a gestão, há quase oito anos, o governo do Estado analisa o primeiro formato da pesquisa da PMS, desconsiderado os períodos passageiros do calendário cultural; privilegiando o estudo do turismo ao longo do mês, como forma de apresentar a realidade do setor; se cresce mês a mês, se decresce, etc. "Esta decisão se dá também porque os grandes eventos culturais (Carnaval, Semana Santa e São João) são estudados em separado pela Unidade de Pesquisa da Empetur, como forma de observar o impacto da festa em si no turismo e na economia do Estado", justifica em nota.
Por essa métrica, o governo de Pernambuco afirma que o Estado ocupa o segundo lugar no ranking nacional do Índice de Atividades Turísticas no acumulado de 2022 (jan/fev), com média de 107 pontos, atrás apenas de Goiás (116 pontos), e bem acima da média brasileira, que foi de 86 pontos.
"Ao comparar os anos de 2021 e 2022, no mês de fevereiro, registra-se aumento de 14% no Índice do Volume de Atividades Turísticas, o que aponta que, mesmo sem Carnaval, e ainda no cenário pandêmico, houve crescimento real do turismo", afirma o governo.