Da AFP
Elon Musk parece se aproximar de seu objetivo de comprar o Twitter: vários veículos da imprensa americana afirmaram, nesta segunda-feira (25), que o grupo está prestes a aceitar uma oferta de compra do bilionário e as ações da rede social subiram em Wall Street.
Ao contrário do que acontece no mercado de ações, os papéis da rede do passarinho subiram 2,92% às 11h45 (horário de Brasília) na Bolsa de Valores de Nova York, para 50,36 dólares, depois de ganhar 4% no início do dia.
Segundo vários veículos da mídia, como o New York Times, The Wall Street Journal e CNBC, o Twitter poderia anunciar sua aquisição por parte do dono da Tesla, que propôs em meados de abril comprar todo o grupo por 54,20 dólares a ação e retirar a plataforma da Bolsa de Nova York.
Se a oferta for aceita, o Twitter passaria a valer 43 bilhões de dólares, frente aos 38,5 bilhões atuais.
Consultado pela AFP, o Twitter não respondeu até o momento.
Musk disse na semana passada que conseguiu 46,5 bilhões de dólares para realizar a compra, graças a dois empréstimos bancários de Morgan Stanley e também graças à sua fortuna pessoal.
Também considerou a possibilidade de realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) hostil diretamente por meio dos acionistas, para driblar o conselho de administração.
"Uma vez que o financiamento foi apresentado com a ameaça de uma OPA hostil, o conselho de administração não pode (...) apelar para um segundo ofertante", disse Dan Ives, da Wedbush Securities, da CNBC.
"Isso os colocou contra a cruz e a espada e os obrigou a negociar", acrescentou o analista.
- Reunião no domingo -
Segundo a imprensa, o conselho de administração do Twitter se reuniu no domingo (24) para revisar a proposta do bilionário.
No começo, o conselho de administração se mostrou relutante, considerando usar uma cláusula denonimada "pílula venenosa" para dificultar a compra.
Essa cláusula estabelece que caso um acionista alcance mais de 15% do capital do Twitter, o conselho se reserva o direito de vender as ações a todos os demais acionistas. Musk possui atualmente pouco mais de 9% do capital da rede social.
Na sexta-feira, o empresário de origem sul-africana reuniu-se com vários acionistas por videochamada, para defender a sua oferta de compra.
Pouco depois de entrar no capital do grupo, o excêntrico fundador da Tesla foi convidado a integrar o conselho de administração da empresa, mas recusou a oferta.
Com mais de 82 milhões de seguidores, o homem mais rico do mundo usa sua conta no Twitter quase diariamente para dar notícias sobre suas empresas, fazer piadas e até lançar provocações.
Musk prometeu transformar a rede social para convertê-la "na plataforma da liberdade de expressão em todo o mundo", sem detalhar as mudanças que pensa em implementar.
Musk também pode tentar tornar o Twitter mais lucrativo e aumentar o número de usuários. Já sugeriu modificações na fórmula de assinatura paga da rede social Twitter Blue.
O grupo de São Francisco publicará seus resultados trimestrais na quinta-feira, antes da abertura em Wall Street.