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Taxa Selic: Banco Central sobe juros básicos para 12,75%. Saiba como ganhar dinheiro

Aplicações em Renda Fixa, como os Fundos de Investimento, continuam ganhando mais atratividade

Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 04/05/2022 às 19:21 | Atualizado em 04/05/2022 às 20:00
Inflação sobe após mês de deflação. Analistas também aumentam expectativa da inflação para 2024 - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) aumentou a Taxa Básica de Juros no Brasil (Selic) para 12,75% ao ano. A medida veio como remédio para tentar frear o avanço da inflação, que ainda não deu trégua no País.

Em pouco mais de um ano, considerando o período compreendido entre janeiro de 2021 e março deste ano, o Banco Central elevou a taxa de 2% ao ano para 11,75%, o que significa uma elevação de 9,75 pontos percentuais até o referido mês.

Ainda segundo as estimativas da Anefac, com a Taxa Básica de Juros em 12,75% ao ano as aplicações em Renda Fixa, como os Fundos de Investimento, continuam ganhando mais atratividade e ganham da Poupança na maioria das situações.

Entretanto as Cadernetas de Poupança vão continuar interessantes frente aos fundos de renda
fixa cujas taxas de administração sejam superiores a 2,50% ao ano. Tal fato ocorre uma vez que a caderneta de poupança tem seu ganho garantido por lei (TR + 6,17% ao ano) e não sofre qualquer tributação diferentemente dos fundos de renda fixa que possuem tributação do imposto de renda sobre seus rendimentos, sendo maior esta tributação quanto menor for o prazo de seu resgate além de ter a cobrança da taxa de administração.

Tendo em vista a Taxa Básica de Juros ter ultrapassado o percentual de 8,50% ao ano, o rendimento da poupança antiga e da poupança nova passaram a ter a partir de agosto/2014 o mesmo rendimento de TR + 6,17% ao ano.

Assim sendo a nova regra da poupança de ter um rendimento de 70% da Taxa Básica de Juros (SELIC) mais a variação da TR não mais se aplica.

Com a Selic atual a poupança perde para os Fundos cujas taxas de administração sejam inferiores
a 2,50% ao ano.

Quanto à rentabilidade das cadernetas de poupanças. mesmo com a elevação da Taxa Básica de Juros. elas vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa cujas taxas de administração forem superiores a 2,50% ao ano, normalmente aplicações de valores menores pelo fato que não pagam imposto de renda nem taxas de administração.

Este fato, conforme a Anefac, deverá provocar em reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes.

SIMULAÇÕES

Uma aplicação financeira no valor de R$ 10 mil pelo prazo de doze meses (considerando aqui a Selic estável em 12,75% ao ano):

Na Poupança antiga este investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 744,00 (7,44% ao ano) totalizando um valor aplicado de R$ 10.744,00;

Na Poupança nova este investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 744,00 (7,44% ao ano) totalizando um valor aplicado de R$ 10.744,00;

Em um Fundo de investimentos cuja taxa de administração seja de 2,50% ao ano este investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 744,00 (7,44% ao ano) totalizando um valor aplicado de R$ 10.744,00;

Em um Fundo de investimentos cuja taxa de administração seja de 3,00% ao ano este
investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 693,00 (6,93% ao ano) totalizando
um valor aplicado de R$ 10.693,00;

Considerando uma aplicação em CDB o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de
85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança nova, já que as aplicações em CDB’s pagam igualmente IR de acordo com o prazo de resgate da aplicação.

JUROS DO CRÉDITO

De acordo com os cálculos da Associação Nacional de Executivos - Anefac, com o aumento, a taxa de juros média sentida pelo consumidor deverá apresentar uma variação de 1,69%. Explica-se:

A Selic é descolada das taxas cobradas no mercado, mas uma alta básica é refletida nos juros cobrados desde as operações com cartão de crédito até financiamentos e empréstimos comerciais. Com a taxa em 12,75% ao ano, o empréstimo pessoal com bancos, que tinha taxa média de 3,86% ao mês e de 57,54% ao ano, passa a ter taxas médias de 3,94% (ao mês) e 59% (ao ano), variando 2,07% (mês) e 2,54% (ao ano).

Já no Cheque Especial, o impacto da nova alta deverá subir as taxas de 7,84% (ao mês) e 147,38% (ao ano) para 7,92% (ao mês) e 149,59% (ao ano), resultando numa variação de 1,02% (ao mês) e 1,50% (ao ano).

No cartão de crédito, os juros que estavam em média em 13,58% (mês) e 360,92% (ao ano) devem subir para 13,66% (ao mês) e 364,83% (ao ano) - variação de 0,59% e 1,08%, nos respectivos períodos.

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