A insegurança alimentar atingiu mais de perto a população mais pobre do Brasil. O aumento do risco de fome entre os 20% mais pobres no País, durante a pandemia da covid-19 foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019 e chegando a 75% em 2021. Já os 20% mais ricos, experimentaram queda de insegurança alimentar de três pontos percentuais, saindo de 10% para 7%.
Na comparação com média global de 122 países em 2021, nossos 20% mais pobres têm 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar, enquanto nossos 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos. Altos níveis e aumentos de desigualdade de insegurança alimentar brasileira por renda são também encontrados por níveis de escolaridade.
O ranking dos 10 países com mais insegurança alimentar em 2021 é liderado pelos africanos, como o Zimbawe (80%), Zâmbia (79%), Serra Leoa (77%) e outros. A lista também inclui Venezuela (72%) e Afeganistão (70%), com níveis próximos ao apresentado pelos 20% mais pobres brasileiros (75%). A menor insegurança alimentar é na Suécia (5%), não muito distante da observada para os 20% mais ricos brasileiros (7%).
Na comparação da insegurança alimentar de pessoas com os mesmos atributos sociodemográficos em diferentes países no período 2006 a 2018 como educação, idade e gênero. As chances de insegurança alimentar global sobem 63,5% no mundo entre 2006 e 2018.
Por outro lado, na comparação 109 países apresentam segurança alimentar maior que a brasileira, 48 países apresentam insegurança alimentar menor que a brasileira e 8 países apresentaram igualdade estatística com os níveis brasileiros. O Brasil se encontrava antes da pandemia abaixo da norma internacional em função do seu nível de renda. Este quadro mudou com a pandemia.