O Complexo Industrial Portuário de Suape sediou, na manhã desta sexta-feira (17), reunião técnica de fomento a novos negócios em operações de movimentação de grãos. O encontro foi provocado pelo consórcio SUA Granéis, formado pelas empresas Agemar, Loxus e Marlog. O grupo tornou-se, em março deste ano, o novo arrendatário do Terminal de Granéis Sólidos de Suape (TGSS) e vai explorar o equipamento por um período de 25 anos. O TGSS está localizado na retroárea do Cais 5, em um espaço de 72 mil metros quadrados, com investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões. O encontro teve o objetivo de avaliar a possibilidade de atração de novas cargas, como milho e soja, que seriam escoadas pelo atracadouro pernambucano.
O diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, também consultor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), fez uma explanação de mais de uma hora sobre a conjuntura do agronegócio e, mais especificamente, da produção e comercialização de grãos em todo o País. Com a experiência de comandar e participar de algumas das principais organizações do setor no Brasil, ele apontou os caminhos para atração deste tipo de carga para Suape, em especial da região conhecida como ‘Matopiba’, que engloba áreas localizadas nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é um dos focos principais do consórcio SUA Granéis.
A reunião foi comandada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, e pelo diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão. Estiveram presentes, ainda, diretores das empresas que formam o consórcio SUA Granéis, representantes de empresas e organizações interessadas no tema, como: Aligro Transportes, Brasiltrans, Moreira Lima Arquitetura, Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Consórcio TPL Ceplan, Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe), além de diretores de Suape. “Sete dos nove Estados da região vão puxar o crescimento e, três deles, Maranhão, Piauí e Bahia, que integram o Matopiba, devem colher algo próximo de 26 milhões de toneladas, pouco mais de 90% do total. Estamos de olho nessa fatia do mercado”, ressalta Manoel Ferreira, diretor da Agemar.
“Essa reunião abriu um leque de oportunidades para inaugurarmos um novo tempo. Suape passa por um momento de revocacionamento. Essa é uma década em que orientaremos a estratégia de crescimento e consolidação de Suape como porto e complexo industrial. Essa reunião cumpre um papel importante para identificarmos não só a viabilidade, mas um conjunto diferente de oportunidades para a operação desse tipo de carga no porto e para a viabilização da cadeia logística que vem junto a tudo isso. Com essa explanação, Edeon conseguiu abrir os nossos olhos para possibilidades que não estávamos vislumbrando, mas que agora ajudará a nortear o nosso trabalho daqui para frente”, pontuou o secretário Geraldo Julio.
Para o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, o porto tem todas as condições estruturais e de logística para atrair essas novas cargas. “Hoje tivemos uma verdadeira aula sobre as oportunidades de negócios que podemos atrair para o nosso porto. Tenho conversado com muitos players que estão em vias de se instalar por aqui e que têm interesse no desenvolvimento de novos negócios e atração de novas cargas, como as que teremos no Terminal de Granéis Sólidos de Suape (TGSS). Acreditamos, também, que a nova Ferrovia do Sertão será fundamental para essa nova etapa de desenvolvimento do nosso porto”, agregou.
SUAPE DE OLHO NO FUTURO
Outra presença ilustre na reunião foi a da economista Tânia Bacelar, uma das principais responsáveis pela revisão do Plano Diretor de Suape, que ajudará o porto a definir seu planejamento estratégico nos próximos anos. “Fico muito feliz, pois essa reunião já se situou no contexto da revisão do Plano Diretor. Suape foi um instrumento muito importante para trazer um conjunto de investimentos que mudou a realidade de Pernambuco. Agora, o porto vive um momento de transição. Nosso papel agora é o de apontar quais os cenários mais prováveis para o futuro próximo do Porto de Suape, para que possa seguir contribuindo com o desenvolvimento de toda a região”, salientou a economista. Além da produção de grãos do Matopiba, a SUA Granéis foca em cargas como coque de petróleo, açúcar, barrilha e fertilizantes.