Com o anúncio da Petrobras da aplicação de novo reajuste no preço do diesel e da gasolina vendido nas suas refinarias, a partir deste sábado (18), o temor de uma nova paralisação dos caminhoneiros volta ao radar da população. Na visão de líderes de associações e representações de caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez o que deveria fazer e, com isso, um novo movimento paredista pode ser inevitável. “A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços, o país vai parar novamente", disse um deles.
- Novo reajuste da gasolina: Petrobras anuncia aumento na gasolina e no diesel; veja valores
- Após aumento da gasolina e do diesel, Petrobras diz ser 'sensível' ao momento que o Brasil enfrenta
- Petrobras está avisando a Bolsonaro e mandando um recado para Lula: "vocês não mandam aqui"
- Para secretários de Fazenda, novo aumento da Petrobras mostra equívoco no corte do ICMS
- Após aumento, Presidente da Câmara pede renuncia do presidente da Petrobras; saiba mais
- Aumento da gasolina 2022: Mendonça, do STF, determina que Petrobras explique critérios de política de preços
- Nova CPI? Após aumento, Bolsonaro defende investigação a Petrobras; saiba mais
- Bolsonaro quer propor CPI para a Petrobras: "Nós queremos saber se tem algo errado"
A Petrobras confirmou nesta sexta-feira (17) que o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%).
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%), a partir deste sábado (18).
Wallace Landim, o Chorão, criticou o governo pela continuidade da política de paridade de preços internacionais adota pela estatal e a falta de ação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A grande falha e incompetência do governo Bolsonaro foi não ter reestruturado a Petrobras e suas operações no início do governo”, disse Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), em nota.
Segundo ele, “a verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve, é o mais provável”, pontuou. “Bolsonaro precisa entender que ficar dando ‘xilique’ não resolve o problema”, complementou.
O líder da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (17).
Se realizou a mentira do ministro ganancioso, financeiro Paulo Guedes e a mentira do presidente ganancioso, eleitoreiro com a reforma fiscal tabajara da redução das alíquotas de ICMS", diz Crispim, em áudio que circula no WhatsApp.
Tentativas para tentar baratear os combustíveis
Com mais um aumento da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro já havia tentado se desvincular do ônus repassado à população. O presidente chegou a dizer em live que esperava que a Petrobras não fizesses novos reajustes, criticando os lucros da empresa e o presidente da estatal, que é indicado pelo próprio governo para o cargo.
Hoje, o presidente da Câmara dos deputados endossou o coro, propondo inclusive a criação de uma CPI para apurar os reajustes praticados pela Petrobras, que seguem critérios de governança.
O próprio Crispim disse que irá encaminhar com urgência o protocolamento de projeto para discutir um fundo compensatório para cobrir os aumentos resultantes da Política de Paridade de Preços da Petrobras.
A ação do governo federal para tentar acalmar os ânimos dos caminhoneiros e da própria população foi aprovada no Congresso, mas ainda espera sanção. O texto impõe um teto para a cobrança de ICMS em produtos considerados essenciais, a exemplo dos combustíveis - o que garantiria redução dos preços - aliada à redução também de tributos federais incidentes na composição da gasolina, assim como já acontece com o diesel.