Com o anúncio da Petrobras da aplicação de novo reajuste no preço do diesel e da gasolina vendido nas suas refinarias, a partir deste sábado (18), o temor de uma nova paralisação dos caminhoneiros volta ao radar da população.
Na visão de líderes de associações e representações de caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez o que deveria fazer e, com isso, um novo movimento paredista pode ser inevitável. “A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços, o País vai parar novamente", disse um deles.
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A Petrobras confirmou nesta sexta-feira (17) que o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%).
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%), a partir deste sábado (18).
Wallace Landim, o Chorão, criticou o governo pela continuidade da política de paridade de preços internacionais adota pela estatal e a falta de ação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A grande falha e incompetência do governo Bolsonaro foi não ter reestruturado a Petrobras e suas operações no início do governo”, disse Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), em nota.
Segundo ele, “a verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve, é o mais provável”, pontuou. “Bolsonaro precisa entender que ficar dando ‘xilique’ não resolve o problema”, complementou.
O líder da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (17).
Se realizou a mentira do ministro ganancioso, financeiro Paulo Guedes e a mentira do presidente ganancioso, eleitoreiro com a reforma fiscal tabajara da redução das alíquotas de ICMS", diz Crispim, em áudio que circula no WhatsApp.
Tentativas para tentar baratear os combustíveis
Com mais um aumento da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro já havia tentado se desvincular do ônus repassado à população. O presidente chegou a dizer em live que esperava que a Petrobras não fizesses novos reajustes, criticando os lucros da empresa e o presidente da estatal, que é indicado pelo próprio governo para o cargo.
Hoje, o presidente da Câmara dos deputados endossou o coro, propondo inclusive a criação de uma CPI para apurar os reajustes praticados pela Petrobras, que seguem critérios de governança.
O próprio Crispim disse que irá encaminhar com urgência o protocolamento de projeto para discutir um fundo compensatório para cobrir os aumentos resultantes da Política de Paridade de Preços da Petrobras.
A ação do governo federal para tentar acalmar os ânimos dos caminhoneiros e da própria população foi aprovada no Congresso, mas ainda espera sanção. O texto impõe um teto para a cobrança de ICMS em produtos considerados essenciais, a exemplo dos combustíveis - o que garantiria redução dos preços - aliada à redução também de tributos federais incidentes na composição da gasolina, assim como já acontece com o diesel.