Cesta básica no Recife teve maior queda do Brasil em agosto, mas continua em alta no ano

Em agosto, cesta custou R$ 598,14, valor R$ 18,49 abaixo do que o registrado em julho, quando passou de R$ 600 pela primeira vez. Dos 12 produtos da cesta, seis tiveram queda em agosto, com destaque para o tomate
Adriana Guarda
Publicado em 06/09/2022 às 15:34
Depois de registrar várias altas ao longo do ano, preço do tomate se acomodou Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil


Depois de ultrapassar pela primeira vez a casa dos R$ 600 reais em julho (R$ 613,63) no Recife, a cesta básica em agosto registrou queda de 3% em relação ao mês anterior. Com o recuo, o valor ficou em R$ 598,14; uma redução de R$ 18,49. Dos doze produtos que compõem a cesta, seis tiveram queda, sendo a maior delas para o tomate (-17,05%). Os Dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pelo Dieese

Apesar do resultado positivo em agosto, no acumulado de 2022, a cesta básica subiu 12,35%, o que significa um aumento de R$ 65,77 (o terceiro maior do Brasil). Na análise dos últimos 12 meses, o Dieese aponta uma elevação de 21,71% (a mais alta do País).

Entre julho e agosto, seis dos doze produtos que compõe a cesta no Recife tiveram redução no preço médio: o tomate (-17,05%), a banana (-2,87%), a manteiga (-2,55%), o óleo de soja (-2,07%), a carne (-1,67%) e o café (-1,03%).

Do lado dos que aumentaram de preço aparecem: o leite (11,08%), o feijão (3,23%), o arroz (1,49%), o açúcar (1,02%) e a farinha de mandioca (0,17%). O preço médio do pão francês não variou entre julho e agosto.

Nos primeiros oito meses de 2022, apenas o arroz (-1,80%) e a carne (-0,45%) apresentaram declínio no preço médio. As elevações ocorreram para o leite (58,68%), o feijão (39,02%), a farinha de mandioca (28,79%), o café (25,06%), a banana (19,62%), o açúcar (18,51%), o óleo de soja (17,70%), o tomate (14,71%), a manteiga (13%) e o pão (3,51%).

Em relação a agosto de 2021, onze itens apresentaram aumento: o café (85,61%), o tomate (72,07%), o leite (68,30%), a banana (39,89%), a farinha de mandioca (34,62%), o açúcar (30,77%), o feijão (29,25%), a manteiga (25,04%), o óleo de soja (18,56%), o pão francês (5,00%) e a carne (0,20%). Apenas o arroz registrou declínio no preço médio (- 6,04%).

Gasto com produtos da cesta básica

Em agosto de 2022, o trabalhador recifense remunerado pelo salário mínimo, comprometeu 108 horas e 34 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, três horas e vinte e dois minutos abaixo do tempo registrado em julho de 2022, quando foi de 111 horas e 56 minutos.

Em agosto de 2021, o tempo comprometido foi de 98 horas e 17 minutos, dez horas e dezessete minutos a menos que a jornada necessária no mês passado.

Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), a relação foi de 53,35% em agosto/22, e 55%, em julho de 2022. Em agosto de 2021, o percentual era de 48,30%.

Veja o ranking do valor da cesta básica no Brasil (Em R$)

  • 1. São Paulo - 749,78 
    2. Porto Alegre - 748,06 
    3. Florianópolis - 746,21 
    4.Rio de Janeiro - 717,82 
    5. Campo Grande - 698,31 
    6. Vitória - 697,39 
    7. Brasília - 689,31 
    8. Curitiba - 685,69 
    9. Goiânia - 660,83 
    10. Belo Horizonte - 638,19 
    11. Belém - 634,85 
    12. Fortaleza - 626,98 
    13. Recife - 598,14
    14. Natal - 580,74 
    15. Salvador - 576,93 
    16. João Pessoa - 568,21 
    17. Aracaju - 539,57

Cesta básica no Brasil

No Brasil, 16 das 17 capitais acompanhadas pelo Dieese tiveram queda no valor da cesta em agosto, na comparação com julho. As reduções mais expressivas ocorreram em Recife (-3,00%), Fortaleza (-2,26%), Belo Horizonte (-2,13%) e Brasília (-2,08%). A alta de 0,27% foi registrada em Belém. 

A comparação do valor da cesta entre agosto de 2022 e agosto de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 12,55%, em Porto Alegre, e 21,71%, em Recife.

Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações de Belém (14,00%), Aracaju (12,87%) e Recife (12,35%).

 

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